Procuradores e chamados!
Certas vezes, um encontro muda-nos a vida. É, por exemplo o encontro inesperado, casual, não preparado, não previsto do amor, que pode ser o clássico amor à primeira vista ou coisas do género. Outras vezes é o contacto com um personagem que te fez pensar com a seu testemunho, que não te deixa dormir com aquilo que diz ou com a sua pessoa que ti lê a vida e ti põe diante das tuas responsabilidades que não tinhas nem mesmo sonhado. Conduz a tua vida na normalidade e de repente começam a surgir dentro de ti muitos pensamentos e até pensamentos não banais, sonhos de um mundo melhor, de uma vida gasta e não egoisticamente possuída. E um dia uma pessoa que encontras te ajuda a esclarecer as coisas. Ou então estás triste, escravizado por pequenas ou grandes coisas que criaste com o teu vício. Ficaste demasiado apegado e por demasiado tempo a um hábito indecente, encontras uma pessoa, vês uma liberdade, um olhar límpido e ti ressoa dentro como um forte convite a mudar de vida e a envergonhar-te de ti mesmo. Aconteceu a mesma coisa a um grupo de pessoas, nem todos eram bastante jovens, alguns eram até pais de família… Passa Jesus que tantas vezes os tinha visto emersos nos seus afazeres, nos seus pensamentos, abarricados nos seus confins, os fixa e os chama. Tira-lhes a sonolência e projecta-os para um futuro diferente: “André não fique percorrendo este lago com as tuas redes a vida toda. Queres lançar-te na aventura do Reino de Deus? Saiba que não será fácil, mas eu estarei contigo. Estás interessado?” Foram e viram onde morava. A alegria da intimidade com Jesus desencadeia um “passa palavra” que nunca mais parou. André o diz a Pedro, chega aos ouvidos de Nataniel… A notícia corre por toda a Palestina e correrá por todo o mundo sem nunca perder a urgência e novidade. Desde então muitos homens e mulheres, jovens e adultos, velhos e crianças ouviram este convite e seguiram-no. É o mistério de toda a vida: procuradores (que procura) e chamados, livres e convocados, espontâneos e orientados, fascinados e empenhados explicitamente. Muitas vezes perguntamos quem ser na vida, como entender a quê fui chamado, qual é a minha vocação? É uma procura delicada porque a chamada de Deus acompanha sempre a procura do homem, com a sua inteligência, em entender os sinais que Deus nos deixa e que nos testemunham que Ele não nos abandonam nem mesmo na escolha do nosso futuro.
(Leia outros textos como este no boletim: "Eis-me aqui!" pedindo o seu exemplar através do e-mail: gilsonfrede@gmail.com)
Comentários
Enviar um comentário