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A mostrar mensagens de março, 2012

DOMINGO DE RAMOS!

Quem é Jesus? «Na verdade, este homem era Filho de Deus», esta frase do centurião, um pagão e um estrangeiro, é uma verdadeira confissão de fé e aparece mesmo como a primeira confissão de fé da história cristã. Jesus é verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Todavia, a narração de hoje é um balde de água fria e desilusão para todos os que esperavam um messias guerreiro, defensor da independência de Israel. O homem que entrou na cidade santa, montado num burro, não quis exibir a sua força. Ele é um homem de paz e aceita o entusiasmo da multidão que aclama bendito aquele que vem em nome do Senhor. O Messias esperado, chegou. Todavia, a revelação acontece pela paixão e pela morte cruel na cruz, o máximo do amor pelos discípulos e por todo o povo. Quem é o discípulo? Hoje sublinha-se o projeto de vida do discípulo. Discípulo é aquele que acolhe a palavra de Deus e reconhece que tudo é dom de Deus, agradecendo com a própria vida. Onde não há amor não pode haver vida. Deus não está presente

Eis-me aqui!

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Maria de Nazaré teve medo, mas não hesitou em responder quando entendeu que os tempos, segundo a palavra de Deus, chegara à plenitude. Apesar da pouca experiência e da jovem idade, a virgem ousou acreditar que o seu corpo, a sua feminilidade, a sua própria sensibilidade humana eram as cores com as quais Deus tinha decidido pintar a sua obra mais nobre: a encarnação do seu Filho unigénito na nossa carne humana. Quando compreendeu que Deus não estava pedindo nenhum sacrifício, deu o se consentimento, recitando uma oração que se seria o respiro do seu amado filho: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, mas formaste-Me um corpo. Não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado. Então Eu disse: ‘Eis-Me aqui’; (Heb 10,5-6) A mesmíssima proposta - por outras vias mas com a mesma intensidade - bate à nossa porta nestes dias de fim da Quaresma. A nós Deus endereça o convite a tornarmo-nos o lugar santo onde a sua Palavra de salvação quer fazer história sagrada e nova humanidade.

Extrema tentação!

Senhor, nós queríamos ver Jesus: Ver Jesus, não é apenas uma curiosidade, mas um verdadeiro desejo de conhecer e de acreditar, pois este é o sentido profundo do verbo ver em S. João. E nós, chamados à comunhão com Deus e entre nós, devemos ser anunciadores deste dom. «O próprio Filho é a Palavra, é o Logos: a Palavra eterna fez-Se pequena; tão pequena que cabe numa manjedoura. Fez-Se criança, para que a Palavra possa ser compreendida por nós». Desde então a Palavra já não é apenas audível, não possui somente uma voz; agora a Palavra tem um rosto, que por isso mesmo podemos ver: Jesus de Nazaré» (Bento XVI, VD 12). Jesus responde com uma parábola que ilumina o inteiro sentido da sua vida. Ele é como o grão de trigo lançado à terra para dar fruto. E o fruto vem descrito logo a seguir: «quando for elevado da terra, atrairei todos a Mim». Da morte do grão nasce o fruto. O centro da frase não é o morrer, mas o dar muito fruto. Viver é dar vida. A única visão de Jesus é o seguimento. Ch

Não sem nós!

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Depois de ter contemplado o povo como uma vale de ossos ressequidos (Ez 37), o profeta Ezequil recebe a grandiosa visão da salvação de Deus semelhante a um templo trasbordante de águas terapêuticas, uma cascata imparável de vida e de graça «todo o ser vivo que nela se move terá novo alento e o peixe será muito abundante. Porque aonde esta água chegar, tornar-se-ão sãs as outras águas e haverá vida por toda a parte aonde chegar esta torrente.» (Ez 47,9). Diante deste cenário poderoso, símbolo do qual fazemos experiência já dos rios de água viva do mistério pascal, se põe uma pergunta: «Viste, filho do homem?» (Ez 47,6) que torna-se uma útil revisão do nosso caminho quaresmal: o que consegui ver - e reconsiderar - nestes dias de graça? Na presença de que volto temos escutado, rezado, empenhados na caridade e no abandono de nós mesmos? Serve uma revisão a meio do caminho, porque a cura do nosso espírito não pode acontecer em anestesia total. Existem, de facto, aspectos da nossa hu

Amor misericordioso!

A liturgia do 4º Domingo da Quaresma garante-nos que Deus nos oferece, de forma totalmente gratuita e incondicional, a vida eterna. A primeira leitura diz-nos que, quando o homem prescinde de Deus e escolhe caminhos de egoísmo e de auto-suficiência, está a construir um futuro marcado por horizontes de dor e de morte. No entanto, diz o autor do Livro das Crónicas, Deus dá sempre ao seu Povo outra possibilidade de recomeçar, de refazer o caminho da esperança e da vida nova. A segunda leitura ensina que Deus ama o homem com um amor total, incondicional, desmedido; é esse amor que levanta o homem da sua condição de finitude e debilidade e que lhe oferece esse mundo novo de vida plena e de felicidade sem fim que está no horizonte final da nossa existência. No Evangelho, João recorda-nos que Deus nos amou de tal forma que enviou o seu Filho único ao nosso encontro para nos oferecer a vida eterna. Somos convidados a olhar para Jesus, a aprender com Ele a lição do amor total, a percorrer co

Indignação!

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Quanta indignação na liturgia de hoje! O mais evidente é aquela dos habitantes de Nazaré que, além de não saber aceitar Jesus como profeta, ficam irados quando são desmascarados.  “Ao ouvirem estas palavras, todos ficaram furiosos na sinagoga. Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade e levaram-n’O até ao cimo da colina sobre a qual a cidade estava edificada, a fim de O precipitarem dali abaixo”. (Lc 4, 28-29) Os outros dois episódios de indignação encontramo-los na história de Naamã, o comandante do exército  do rei de Aram, tocado pela lepra. Tendo sabido que em Israel existia um profeta (Eliseu), o rei de Aram envia o seu oficial doente, juntamente com uma carta de recomendação. Apenas a recebe, o rei de Israel entra em crise de indignação e rasga os vestidos. É necessário a razoabilidade e a mansidão de Eliseu que tudo recupere a calma.  “Por que motivo rasgaste as tuas vestes? Esse homem venha ter comigo e saberá que existe um profeta em Israel” (2Reis 5,8) Su

Templo vivo!

Depois de ter-nos conduzido à silenciosa pobreza do deserto, onde emergiu aquilo que existe no homem e depois sobre o místico monte da transfiguração, onde se manifestou a grande confiança do Pai na humanidade assumida pelo Filho, a liturgia deste Domingo imprime uma aceleração no nosso caminho quaresmal levando-nos ao lugar sagrado por excelência, onde aparece qual é o culto e qual é a humilhação que o homem está a viver diante de Deus. Ali Jesus, devorado pelo zelo e tomado por uma ira incontenível, reage com veemência ao triste espectáculo de uma casa de oração reduzida a empório do sagrado: «então fez um chicote de cordas e expulsou-lhes para fora do templo». As palavras que acompanham este gesto profético permite-nos compreender a origem de tanta intolerância: «Tirai tudo isto daqui; não façais da casa de meu Pai casa de comércio» (Jo 2, 16). A partir do seu relacionamento filial com Deus, Jesus não pode senão interpretar como uma dramática deformação um culto religioso alimenta

Eis a mulher!

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Em  memória da Mulher Recordemos  Maria , mãe de Jesus, que tornou possível o projecto da Salvação de Deus para toda a humanidade! Recordemos  Míriam  que, juntamente com Moisés e Aarão, conduziu o Povo de Israel para fora do Egipto! Recordemos  Débora , que julgou o Povo de Israel com Justiça e Verdade! Recordemos  Holda , a profetiza que anunciou ao Povo a Palavra de Deus! Recordemos  Maria Madalena , apóstola de apóstolos, a primeira a dar a Boa Notícia da Ressurreição de Jesus! Recordemos Febe , a mulher-diaconisa, líder da Igreja de Cêncreas, que pregou o Evangelho a outras Igrejas! Recordemos  Priscila  que, juntamente com seu esposo Áquila, trabalhou duramente na causa do Evangelho e arriscou a vida pelo seu amigo, o apóstolo Paulo! Recordemos  Clara de Assis  que, juntamente com Francisco, viveu o amor a Cristo na fidelidade ao Evangelho e na fraternidade com todas as criaturas! Recordemos  Juliana de Norwich , mestra e míst

Escutai-O!

O monte é um símbolo extraordinário na Bíblia, como lugar dos encontros com Deus, onde Moisés recebeu a lei e conheceu mais profundamente o mistério divino, onde Elias encontrou o Senhor e escutou a sua voz. O monte é também sinal de uma ascensão que exige esforço. No meio de tantas canseiras a anunciar a Boa Nova não sei se, à partida, aos discípulos teria agradado a ideia de subir um monte e logo um monte muito alto. Cansamo-nos depressa. Estamos constantemente a adiar esforços e mudanças. Jesus estabelece metas que estão sempre para lá das nossas expectativas e que nos convidam a uma superação constante. E só um coração que se deixa surpreender é um coração preparado para receber Deus. «Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».  A glória de Deus manifesta-se inesperadamente em Jesus. E uma nuvem luminosa envolve os discípulos, os quais entram na sombra santa que é o Espírito. Da nuvem, uma voz: «Este é o Meu Filho muito amado: escutai-O». Uma transfiguração de luz e d