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A mostrar mensagens de maio, 2012

São Francisco e os jovens!

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São muitos os que se deixam fascinar por São Francisco de Assis, mas sobretudo os  jovens. É raro encontrar um jovem que não tenha ouvido falar  dele. Muitos conhecem até muito da vida e do ideal de São Francisco. Alguns deles ficam de tal maneira tocados por este ideal que, no melhor da sua juventude, decidem seguir Jesus ao jeito de Francisco. Entram nos noviciados das diversas Ordens e Congregações da Família Franciscana. São aos milhares em todo o mundo.   Recordemos, ainda que brevemente, o itinerário do jovem Francisco e o modo como enfrentou os problemas da sua juventude, que são os problemas dos jovens de todos os tempos. Antes de mais, convém lembrar que característico de qualquer jovem é (pelo menos deveria ser!) a PAIXÃO PELA VIDA . Francisco foi um jovem APAIXONADO PELA VIDA . Havia nele um ideal apaixonante, uma direcção certa, um coração vibrante, uma razão de viver. Quando muitos jovens hoje não têm outros  IDEAIS  na vida se não ser um profissional brilhante, ter um

Vem Espírito Santo!

“Quando vier o Paráclito” Os tribunais hebraicos tinham uma personagem que hoje não temos: quando era pronunciada uma sentença acontecia, por vezes, que um homem de reputação incontestada fosse, discreta e silenciosamente, colocar-se junto do acusado, para declarar-se a seu favor. A este depoimento mudo e eloquente, que confundia os acusadores, chamava-se o “paráclito”. Entre as páginas do Evangelho encontramos também Jesus como paráclito da mulher acusada de adultério que, em silêncio, escreve com o dedo no chão. Agora, no regresso ao céu, o Mestre segreda aos apóstolos que vai enviar o Paráclito. Este permanece discretamente junto dos discípulos, como testemunha silenciosa da verdade. O Espírito é o dedo de Deus que, ainda hoje, escreve sobre o pó do nosso coração as palavras de uma aliança nova e grava na nossa vida um amor total que nunca poderá ser esquecido. “Eu vos enviarei o Espírito da verdade” Os apóstolos, apesar da convivência com Cristo, pouco tinham co

Um caminho para todos!

“Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho” Os onze discípulos, assolados pelas dúvidas, são enviados a todo o mundo. A confiança do Mestre não dá importância às incertezas daquele punhado de homens e acredita, ainda hoje, em cada um de nós. Ele bem sabe que a missão não se baseia nas forças ou nas dúvidas dos discípulos, porque no coração da missão está o coração do Pai. O milagre do Evangelho é, então, prodigamente semeado nas sílabas da voz humana e nas frágeis mãos de cada pessoa. Jesus não deseja discípulos alienados com um estéril fixar dos céus, mas convida a voltar o olhar para o quotidiano, sementeira de milagres. Deus arrisca, aposta, aventura-se! Ele confia a beleza da criação à nossa vida de barro, entrega a sua obra de amor à fragilidade do coração humano. “O Senhor Jesus foi elevado ao Céu” Jesus elevando-se da nossa terra – olhada, visitada e semeada ternamente por Deus – inaugura uma fraternidade universal, como uma seara verdejante a ondular ao vento

Como "funcionam" os Capuchinhos?

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Os Irmãos (ou Freis) Capuchinhos vivem em Fraternidades ou Comunidades locais, animadas por um Superior («Guardião»). Várias destas fraternidades de uma região ou país constituem uma Província , orientada por um Ministro Provincial assistido por 4 Conselheiros Provinciais (ou «Definidores»), um e outros eleitos num Capítulo Provincial reunido cada 3 anos e em que participa um determinado número de Irmãos Capitulares «democraticamente» eleitos por toda a Província. A totalidade das Províncias constitui a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos , governada por um Ministro Geral assistido por 8 Conselheiros (ou «Definidores») Gerais representativos dos vários grupos linguísticos do Mundo, eleitos em Capítulo Geral convocado cada 6 anos por altura do Pentecostes, e em que participam todos os Ministros Provinciais da Ordem. Os Superiores locais são escolhidos pelo Ministro Provincial e seu Conselho, que também distribuem os irmãos pelas várias Fraternidades locais e Serviços Provi

Eu posso escolher?

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Quem escolho ser? Quem devo escolher? Mas, eu posso escolher?  São três questões fundamentais e fortemente ligadas entre si e que mexem profundamente comigo e com minha vida porque as suas respectivas respostas tocam todo o meu ser. E, se realmente devo dar-lhes uma resposta, é necessário começar de trás para frente para poder encontrar um sentido...  Posso escolher?  Na minha vida fui muitas vezes "obrigado" a escolher algo, a tomar uma decisão mais ou menos importante para mim e para minha vida e confesso que depois de uma inicial perplexidade e medo, senti quase sempre uma alegria crescente e a sensação de ter feito a escolha certa. As incertezas, pouco a pouco, foram-se dissipando e aquelas estrelas que pareciam tão distantes tornaram-se cada vez mais evidentes, perto de mim que até podiam ser tocadas, abraçadas, e tudo porque eu tentei, acreditei e, acreditei em mim mesmo, na minha liberdade...  Quem devo escolher?  As minhas escolhas condicionam a mi

Amai-vos!

“Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei” Hoje, o amor é um conceito algo enigmático, abusado e inflacionado. O amor é até uma realidade pouco poética: constata-se que é difícil amar! Todos conhecemos tantos contos de fadas que acabam mal… Há uma teoria que afirma que a palavra amor é composta do “a” privativo (não) com a palavra “morte” (mors, mortis): o amor é a não-morte. Então, o amor é a vida, é aquilo que não morre, é o que permanece para sempre. O amor é aquilo que salva: só o amor nos faz viver e só por amor se pode viver. Jesus confessa a fonte do seu amor: o Pai! Não se sente diminuído ao dizer que é fruto de um amor maior. Nós pelo contrário, cegos pela sede de aparecermos originais e de não dependermos de ninguém, esquecemos que a nossa felicidade depende sempre do amor de um outro maior do que nós. O amor é sempre fruto de um enamoramento. O “amor é divina folia” (Platão). E esta é a essência do cristianismo: acolher o amor apaixonado de Deus! Diante de D

Ser Frei Capuchinho? Mas como?

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A proposta vocacional dos freis capuchinhos visa antes de tudo ajudar o jovem que batem à nossa porta a fazer um discernimento sério e sereno da vontade de Deus a seu respeito e ajudá-lo a responder com prontidão e generosidade. Por isso temos todo um percurso formativo que propomos aos nossos candidatos.  Antes de chegarem às etapas formativas, temos todos os anos acampamento vocacional , onde são admitidos os candidatos que desejam e estejam preparados para a primeira experiência connosco em fraternidade. Para que os candidatos possam chegar até nós, servem-se muitas vezes de diversos meios para iniciar a nossa vida franciscana capuchinha. E porque o Senhor serve de muitas pessoas para convidar os outros jovens à uma vida de perfeição e porque não vai encontrar pessoas perfeitas que estão num processo de discernimento, são escolhidas pessoas já com uma certa experiência de vida, para estar a frente da formação e sim, ajudar os recém chegados a começar uma nova orientação de vid

Permanecer em Jesus!

“Eu sou a videira, vós sois os ramos” - Dos trabalhos no campo, é na vinha que o lavrador investe mais amor e poesia, paciência e inteligência, paixão e preocupação. Hoje, Jesus diz-nos que também nós somos vinha do Senhor: Ele é a videira e nós somos os ramos prontos a dar o vinho da sua alegria! Todos existimos pelo mesmo amor que irriga a todos. Maravilhosa vida interior que nos coloca entre Deus e os outros, nesta relação e circulação íntima. E admirável paciência divina neste encadeamento de esperança e de frutos. Misteriosamente, desde as raízes do mundo, através do tronco dos séculos, Deus chega a todos os ramos, como potência e energia, como milagre que faz desabrochar o amor, qual néctar delicioso e perfumado que inebria a existência. E se nos desligarmos da videira sabemos que morreremos, por deixarmos de receber e de dar amor. Ser ramo é ser elo e mistério de comunhão. “Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós” - Porque desafia o tempo, as incertezas e as agruras d

Isto nos bastaria!

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Durante a festa de Páscoa, os hebreus à mesa para a celebração de haggadah - o solene memorial da salvação de Israel - geralmente cantam um hino cujo refrão põe nos lábios de todos os presentes as palavras dayyenu, que em hebraico significam: “suficiente para nós”. O texto deste hino passa em revista todas as grandes obras que Deus realizou em favor do seu povo ao longo dos séculos: a saída do Egipto, o caminho do deserto, o dom da Lei, a herança da Terra. E, em correspondência de cada obra de Deus, cada um responde cantando dayyenu, “isto nos bastaria”. Trata-se de um canto de origem medieval, do qual, porém, encontramos, no Evangelho escolhido para a festa de hoje, uma curiosa antecipação no pedido que o Apóstolo Filipe apresenta a Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta” (Jo 14, 8). O pedido de Filipe, o Apóstolo que hoje festejamos juntamente com Tiago de Alfeo, chamado o menor, nos oferece uma imagem palpável daquele desejo presente no coração de cada discípulo que,