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A mostrar mensagens de dezembro, 2011

Bom Ano 2012

Com qual atitude devemos olhar para o novo ano? No salmo 130, encontramos uma imagem muito bela. O salmista diz que o homem de fé aguarda pelo Senhor « mais do que a sentinela pela aurora » (v. 6), aguarda por Ele com firme esperança, porque sabe que trará luz, misericórdia, salvação. Esta expectativa nasce da experiência do povo eleito, que reconhece ter sido educado por Deus a olhar o mundo na sua verdade sem se deixar abater pelas tribulações. Convido-vos a olhar o ano de 2012 com esta atitude confiante. É verdade que, no ano que termina, cresceu o sentido de frustração por causa da crise que aflige a sociedade, o mundo do trabalho e a economia; uma crise cujas raízes são primariamente culturais e antropológicas. Quase parece que um manto de escuridão teria descido sobre o nosso tempo, impedindo de ver com clareza a luz do dia. Mas, nesta escuridão, o coração do homem não cessa de aguardar pela aurora de que fala o salmista. Oh vós todos, homens e mulheres, que tendes a peito a ca

Um menino envolto em panos!

“Não temais, porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura”. Somente a contemplação pode simplificar a nossa oração para chegar a constatar a profundidade do cenário e do sinal que nos é dado. Uma manjedoura, um menino, Maria em contemplação, José meditando: “na verdade tu és um Deus misterioso!”. O Pai, somente Ele conhece o Filho, nos concede reconhece-lo para o podermos amar e imitar. Nenhum aparato exterior, nenhuma consideração, na aldeia tudo é indiferente. Só alguns pastores, uns marginalizados da sociedade… E tudo isto de livre vontade: “Ele escolheu a pobreza, a nudez. Desprezou a consideração dos homens, aquela que provém da riqueza, do esplendor, da condição social”. Nenhum aparato, nenhum esplendor exterior. No entanto ele é o Verbo que se faz carne, a luz revestida de um corpo. Ele

Graça e serviço!

Neste quarto domingo do Advento, a Igreja, as comunidades cristãs e cada um dos cristãos em particular, são convidados a reavivar, através do recolhimento, da contemplação e da acção de graças a consciência da “largura e cumprimento, da altura e da profundidade” (Ef 3, 18) do mistério do nascimento do Senhor. Um “mistério” que esteve sempre encoberto em Deus, um projecto que abrigava o seu coração. Ninguém teria podido conhecê-lo nem sequer suspeitar da sua existência, apesar das promessas constantemente repetidas pelos profetas, que mantinham viva nos homens a esperança da salvação. Recorde-se especialmente o oráculo que o profeta dirigiu a David, e cuja tradição criou uma imagem prestigiosa do messias esperado. Ao rei que, pela sua piedade, queria construir um templo, o Senhor prometeu “uma casa e uma realeza que permanecerão para sempre”. De maneira imediata, tratava-se da certeza de longos anos de prosperidade e de paz para o povo. Contudo, a solenidade do anúncio de uma interv

Voz que clama!

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As leituras do 3º Domingo do Advento garantem-nos que Deus tem um projecto de salvação e de vida plena para propor aos homens e para os fazer passar das “trevas” à “luz”. Na primeira leitura, um profeta pós-exílico apresenta-se aos habitantes de Jerusalém com uma “boa nova” de Deus. A missão deste “profeta”, ungido pelo Espírito, é anunciar um tempo novo, de vida plena e de felicidade sem fim, um tempo de salvação que Deus vai oferecer aos “pobres”. O Evangelho apresenta-nos João Baptista, a “voz” que prepara os homens para acolher Jesus, a “luz” do mundo. O objectivo de João não é centrar sobre si próprio o foco da atenção pública; ele está apenas interessado em levar os seus interlocutores a acolher e a “conhecer” Jesus, “aquele” que o Pai enviou com uma proposta de vida definitiva e de liberdade plena para os homens. Na segunda leitura Paulo explica aos cristãos da comunidade de Tessalónica a atitude que é preciso assumir enquanto se espera o Senhor que vem… Paulo pede-lhes que
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O tempo do Advento marca o começo do Ano Litúrgico e prepara para a celebração da festa do Natal. É preciso ter em conta estes dois aspectos para compreender bem o sentido e a importância do primeiro período do calendário litúrgico. Efectivamente, poderíamos ficar desconcertados ao verificar que é preciso esperar até ao quarto domingo que, às vezes, cai na véspera do Natal, para ver que, finalmente, a liturgia evoca os factos relacionados com o nascimento do Senhor: vocação e missão de José relativamente a Maria e ao menino que Ela trazia no seio; visitação de Nossa Senhora a Isabel, mãe de João, o Percursor. Dá a sensação de que nos esquecemos dele e que, repentinamente, a liturgia se lembra de que o Advento precede imediatamente a celebração do Natal de Jesus, “na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes” (Mt 2,1). No primeiro domingo, todos os textos proclamados evocam a manifestação do Senhor no fim dos tempos e a urgência da preparação para este final da história d