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A mostrar mensagens de julho, 2011

São Tiago

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A pergunta da mãe dos filhos de Zebedeu que se prostrava diante de Jesus com os seus dois filhos, Tiago e João, reflecte a ambiguidade com que o povo e os discípulos, inclusive aqueles que foram escolhidos - os doze -, compreendem Jesus, a sua pessoa e a sua mensagem, e o que significa segui-lo. Eles pedem um lugar de influência na política, um poder no mundo. A resposta de Jesus os força a uma mudança radical de prospectiva em relação a ele. Eles declaram-se dispostos a beber o cálice que ele mesmo deve beber. Trata-se de um reino, aquele que Jesus anuncia, que se encontra completamente nas mãos do pai e que se alcança com um caminho de dor e de paixão. Não qualquer paixão ou dor, mas a paixão e a dor do Filho, de Jesus. Para entrar neste reino, no reino do Pai, não basta beber o cálice mas é necessário beber do cálice de Jesus. Os outros dez não têm uma opinião sobre Jesus diferente desta da mãe e dos filhos de zebedeu. Reagem com indignação e ciúmes. Todos pretendem o primeiro lugar

como um tesouro!

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Depois de ter-nos falado através de imagens de esperança (dois domingos atrás) e de tolerância (Domingo passado), o mestre Jesus conclui o seu longo discurso com outras parábolas que são breves mas incrivelmente estimulantes. O tesouro escondido, a pedra preciosa, a rede super-acolhedora. Ao termo desta iniciação aos mistérios do Reino dos Céus, o Senhor mostra-se serenamente preocupado em ter transmitido a sua mensagem de melhor modo: compreendeste todas estas coisas? O que é este Reino de Deus que se desenvolve apesar das dificuldades, que cresce através da paciência e tolerância? Jesus abrevia as explicações, apontando ao essencial: “é semelhante a um tesouro escondido no campo” (Mt 13,44), a “uma pedra de grande valor” (Mt 13,46). Diante das coisas belas, aquelas que se encontram imprevistamente e se esperam desde sempre, uma pessoa tem uma só, universal reacção: “vai, cheio de alegria, vende todos os seus haveres e compra” (Mt 13,44.46) aquilo que encheu de encanto os seus olhos.

Além das lágrimas

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Se os olhos - como diziam os antigos - são o espelho da alma, as lágrimas são a manifestação dos seus imprevisíveis motes. Quando o oceano dos nossos afectos se transborda através do pranto, muitas vezes estamos envolvidos nas trevas e na desolação de uma noite profunda. Mas uma noite que chegou ao seu coração é uma noite que se encaminha para o seu fim. Esta foi a experiência de Maria Magdala, umas das mulheres que seguiu e serviu o Senhor Jesus desde quando era em Galileia até a sua subida para Jerusalém (cf. Mc 15,41). Nas palavras de liberdade e nos gestos de amor do Mestre, Maria tinha finalmente encontrado alguém - e não mais qualquer coisa - pelo qual chorar. A esta mulher o Senhor Ressuscitado não exitou confiar “o primeiro anúncio da alegria pascal” (Oração Colecta) quando era “ainda escuro” (Jo 20,1), antes da aurora. Mas à grandeza do dom corresponde a intensidade da esperança, por causa da qual sobre o seu “leito, durante a noite” (Ct 3, 1), Maria não foi capaz de permanec

Ser padre!

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Ser discípulo é um dom que recebi gratuitamente: escolhido respondi com o meu “sim”, embora pequeno e humilde. Em determinados momentos e lugares precisos da minha vida de jovem, Jesus irrompeu em mim através da sua palavra que, em algumas passagens, parecia ser escrita propositadamente para mim: quase escrita para ser lâmpada para os meus pés e luz para os meus caminhos. Apesar de ser consciente disto, compreendi, caminhando sobre a estrada da minha história, o quanto é difícil viver plenamente a revolução profunda que a sua Palavra provoca. Acreditando na promessa contida na sua Palavra e graças ao encontro pessoal com ele através de homens e de mulheres felizes que ajudaram-me a crescer todos os dias na minha adesão incondicional a ele, pronunciei, mais uma vez o meu “sim” ao grande dom do ministério presbiteral. A minha única ganância é servir a Deus e aos homens e mulheres do meu tempo como frade menor capuchinho, na Igreja de Cristo. E, como foi para Pedro, estou certo que o Senh