segunda-feira, 23 de junho de 2014

O carinho do Papa Francisco que irrita muitos padres


É uma coisa maravilhosa mas, por exemplo, também João Paulo II foi à cadeia encontrar o seu assassino Ali Agca. Mas desta vez, aposto, acontecerá que alguém da minha paróquia me perguntará porque razão, a partir do momento que o Papa foi até Calábria, porque eu não vou nem mesmo visitar a senhora Pina que habita numa casa popular, e passou todo o inverno sem aquecimento porque não se fez a reparação no sistema. Sempre em Calábria, na missa da tarde de ontem disse: “a ‘ndrangheta é isto: adoração do mal e desprezo do bem comum”, “os maviosos, não estão em comunhão com Deus, são excomungados” e a minha gente não fará comparação com João Paulo II em Agrigento, mas perguntará a mim porque nas minhas homilias sou assim tão politically corect Sempre ontem, de manhã aos padres como eu dizia que não devemos pôr “ao centro nós mesmos e assim em vez de sermos canais tornamo-nos ecrãs” e estou certo que basta me sentar no confessionário e escutar com superficialidade, alguém, seguramente, me repetirá esta frase. Tendes ideia de quantos exemplos poderei dar? “O Papa disse que as igrejas devem estar abertas, porque a nossa a esta hora está fechada?” “O Papa disse - ainda ontem em Calábria- que vocês padres devíeis viver uma verdadeira fraternidade porque você e o vice-pároco continuam em desavenças?”. Um meu amigo que faz pregações belíssimas, numa sua pregação, quando passava já dos 20 minutos disse: “sei que o Papa disse que as pregações devem durar sete minutos, mas eu o considero evangelicamente e as faço durar setenta vezes sete”: toda a igreja riu-se. Compreendeis o que significa? Que chegando ao vigésimo minuto não via os rostos dos que estavam à sua frente, gente que não se recordava do Evangelho mas das homilias de Santa Marta sim. Este é o ponto. E então eu devo fazer paz com o meu desconforto e compreender que agora as igrejas estão abertas e ficarão abertas para sempre. E não passará. As paróquias se abriram e não poderá retomar o velho horário porque as pessoas sentiram o carinho do Papa. Aquilo que em todos os Papas sempre amaram agora o encontram num carinho e num dedo levantado. E o quero também para mim. E não passará. 

Autor: padre Mauro Leonardi
Fonte: http://www.ilsussidiario.net/ 
Tradução: poço da palavra

segunda-feira, 9 de junho de 2014

A Minha Família e... EU

Podemos mudar tudo (ou quase...) mas não o dado evidente que viemos ao mundo porque outros nos quiseram. Não fui eu que decidi vir ao mundo, mesmo se disto sou muito feliz. Quem eu serei hoje, se não me fosse feito homem em diálogo com um outro que mi quis bem quando eu não podia querer-me bem sozinho?  
Me bastaria o leite (mesmo em pó...) sem o afecto de uma mulher para dar bem na vida? 
Estaria aqui, agora sem as noites em branco dos meus, os quilos de fralda que me trocaram, as discussões para poderem cuidar de mim?
Mesmo nas histórias muito feridas, aquilo que nos dá um pouco de alegria é a memória dos momentos em que nos sentimos amados gratuitamente, de maneira “pura” por alguém. 
Como me sentiria emotivamente diferente sem o nutrimento do amor estável e continuativo dos pais que tive? 
Quais as consequências produziu em mim o diminuir do amor sincero, estável e leal da parte dos meus pais?
Quais as sensações provei, já adulto, diante da morte dos meus pais (se isto já aconteceu)? O que ainda guardo deles e o que, ao contrário se perdeu?
Tomo consciência que a necessidade de amor é para mim como a necessidade que o coração, o cérebro, continuam a funcionar mesmo sem que eu o peça, mesmo quando não tenho o comando, mesmo quando durmo.    
Enquanto coloco estas perguntas, tenho a sensação de encontrar-me no centro de mim mesmo, onde bate o coração do meu ser como pessoa neste misterioso e fascinante universo. Devo admitir (ou melhor, reconhecé-lo faz-me sentir vivo) que aprendi a saborear o amor porque alguém mo ensinou doando-mo no início da minha vida sem fazer-mo pagar de nenhuma forma, sem que eu pudesse merece-lo. 
Este amor gratuito que me fez existir tem o rosto do meu pai e da minha mãe: cada gesto de compreensão ou de incompreensão confirma em mim a lúcida consciência de ter crescido em relação com esse homem e com essa mulher. 
Se hoje posso experimentar a alegria intensa e dramática de querer bem a alguém o devo aos dois: isto faz nascer dentro de mim uma gratidão profundíssima, que me ajuda a perdoar mesmo os seu erros e as suas contradições. 

No princípio de mim está o amor do meu pai e de minha mãe: deles escutei, e depois eu mesmo descobri que no princípio da nossa existência está o Amor de Deus que é Pai e Mãe. A consciencialização do meu ser nascido só Amor faz-me esperar poder ser destinado ao amor, através da vocação à paternidade e à maternidade, em todas as suas expressões humanas. E tu…?    

Atualidade

O carinho do Papa Francisco que irrita muitos padres

É uma coisa maravilhosa mas, por exemplo, também João Paulo II foi à cadeia encontrar o seu assassino Ali Agca. Mas desta vez, aposto, ...

Aqui escreves TU