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A mostrar mensagens de abril, 2010

Amai-vos uns aos outros!

O tema fundamental da liturgia deste domingo é o do amor: o que identifica os seguidores de Jesus é a capacidade de amar até ao dom total da vida.

Senhor; que queres que eu faça?

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O quarto domingo da Pascoa é conhecida como domingo do Bom pastor e na Igreja rezamos pelas vocações. Começemos com um olhar. E um olhar positivo! Cada um de nós é aquilo que olha; e aquilo que olha passa a constituir motivo de interesse. Lembremos o olhar de Cristo ao jovem Rico: "Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele" (Mc 10,21). 2009 foi o ano europeu dedicado à criatividade e à inovação. No fundo, celebraou-se os imensos e incontáveis dons da criação. O universo é uma infinita sinfonia, no qual cada ser é único, criativo e diverso. Celebrar a criação é ficar boquiaberto ante infinita biodiversidade. Um olhar extasiado numa noite de céu estrelado ou a surpresa de uma paisagem, provoca a pergunta: que pintor compôs esta tela de tão deslumbrante beleza? Uma das coisas terríveis das nossas cidades é que há tantas paredes e muros de betão que quase nos "tornamos "toupeiras", não nos deixando ver e escutar a sinfonia da beleza da biodiversidad

Eu Sou o Bom Pastor!

Como está feliz, a criança a quem damos a mão! Sente-se em segurança, já não tem medo, é considerada como uma pessoa. Jesus, na parábola do Bom Pastor, evoca a ligação que existe entre o verdadeiro pastor e as suas ovelhas. Elas parecem estar na sua mão porque, diz ele, “ninguém as arrancará da minha mão”. Jesus veio tomar a humanidade pela mão para dela cuidar, curar, conduzir, erguer, numa palavra, “salvar”. Ora, se Ele veio tomar a humanidade pela mão, é porque o Pai O enviou, como os dois fazem UM, é na mão do Pai que se encontra a humanidade, e, afirma Jesus, ninguém pode arrancar nada da mão do Pai. Que segurança para nós! Saber que estamos em segurança na mão de Deus: criando-nos e recriando-nos, tal como o oleiro, modela-nos e renova-nos. Perdoando-nos, tal como o pai do filho pródigo, reconcilia-nos com Ele, connosco mesmos e com os outros. Guiando-nos, tal como o Bom Pastor, faz-nos caminhar no caminho da felicidade. Oferecendo-nos a sua vida, tal como o Filho na cruz, faz de

É o Senhor!

A vida retomou o seu ritmo para os apóstolos: reencontram a sua profissão, o seu barcos e as redes, mesmo se a vida já não é como antes. Viram o Ressuscitado, Ele apareceu-lhes, reconheceram-n’O, o Espírito foi derramado sobre eles, mas a passagem do ver ao reconhecer não é evidente. João, já diante do túmulo vazio, viu e acreditou. É necessário o seu acto de fé proclamado – “É o Senhor!” – para que Pedro se lance à água para a pesca. Encontramos a espontaneidade tão humana de Pedro e, ao mesmo tempo, a sua espontaneidade de crente. Os discípulos fazem, nesse dia, a experiência da prodigalidade do amor de Deus: não conseguem arrastar as redes, dada a quantidade de peixe. Fazem também a experiência da universalidade da salvação: havia 153 grandes peixes, número que evoca, segundo S. Jerónimo, todas as espécies de peixes enumerados na época. É, então, graças a um sinal que os discípulos reconhecem o Ressuscitado. Jesus Cristo não tem mais necessidade de dizer quem Ele é… Eles sabem que

Sacerdotes pedófilos: um pânico moral

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Por Massimo Introvigne  (tradução e recebido de É o Carteiro) Por que motivo se volta a falar de sacerdotes pedófilos, com acusações que remontam à Alemanha, a pessoas próximas do Papa, e talvez mesmo ao próprio Papa? A sociologia tem alguma coisa a dizer sobre isto, ou deve deixar o assunto exclusivamente ao cuidado dos jornalistas? Parece-me que a sociologia tem muito a dizer, e que não deve calar-se por receio de desagradar a algumas pessoas. Do ponto de vista do sociólogo, a actual discussão sobre os sacerdotes pedófilos constitui um exemplo típico de «pânico moral». O conceito surgiu nos anos 70 do século XX, para explicar a «hiperconstrução social» de que alguns problemas são objecto; mais precisamente, os pânicos morais foram definidos como problemas socialmente construídos, caracterizados por uma sistemática amplificação dos dados reais, quer a nível mediático, quer nas discussões políticas. Os pânicos morais têm ainda duas outras características: em primeiro lugar, problemas

Meu Senhor e meu Deus!

Jesus deixa-Se ver aos seus discípulos, o que os enche de alegria. Envia sobre eles o seu Espírito para que respirem do mesmo sopro e espalhem, por sua vez, o sopro da misericórdia de Deus. Tomé não está lá nessa tarde de Páscoa, o testemunho dos apóstolos não consegue convencê-los; ele quer ver, quer tocar, recusa reconhecer o Ressuscitado num fantasma. Jesus respeita a sua caminhada, e é Ele próprio que lhe propõe para ver e tocar. Tomé, então, proclama o primeiro acto de fé da Igreja: “Meu Senhor e meu Deus!” Ele reconhece não somente Jesus ressuscitado, marcado pelas chagas da Paixão, mas adora-O como seu Deus. Então, Jesus anuncia que não Se apresentará mais à vista dos homens, mas será necessário reconhecê-l’O unicamente com os olhos da fé. E faz desta fé uma bem-aventurança: “felizes os que acreditam sem terem visto!” Também nós, hoje, somos convidados a viver esta bemaventurança. Oxalá possam as nossas dúvidas e as nossas questões ser, como para Tomé, caminho de fé!

Mulher porque choras?

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As perguntas de Deus nunca são por acaso. São perguntas que tocam a profundidade do homem dando novo vigor á sua vida. Já desde o início o criador é em busca da sua criatura: “Adão, onde estás?” Não se trata de perguntas apenas para colocar o homem contra a parede, mas para dar início a uma aventura de amor que atravessa todas as páginas da Escritura. Deus é desde sempre em busca do homem como o pastor que deixa as noventa e nove ovelhas para procurar uma. Aquela perdida, aquela com maiores dificuldades e menos fortuna. Nenhum juízo ou reprovação, mas infinito cuidado e uma paciência incrível, que é pois a paciência de quem ama. No capitulo 20 do Evangelho de João é central a busca do ressuscitado da parte de Maria Magdala. Na manhã de Páscoa a coragiosa e leal seguidora do Pregador de Nazaré vai ao sepulcro: deseja ver, tocar, tomar conta da situação…. O amor não se resigna diante da morte mas segue os últimos traços de uma vida despedaçada e destruída mas que dentro faz ainda pal

Cristo é vivo! Aleluia!!

Jesus era plenamente homem e sabia o que era o homem. Sabia que os homens têm necessidade de sinais para crer. Não será por isso que, durante os seus três anos de vida pública, Ele fez muitas vezes sinais curando os doentes, multiplicando os pães e ressuscitando os mortos?! Aliás, é através de um sinal que Ele inicia a sua vida pública, em Caná da Galileia onde, segundo acrescenta o evangelista João, “manifestou a sua glória e os discípulos acreditaram n’Ele”. Ele deixa dois sinais às mulheres e aos discípulos que vieram prestar-lhe uma última homenagem: o túmulo vazio e o lençol. Diante de um sinal, somos livres de o interpretar e de o ler, de lhe procurar o significado. Face a uma prova, não somos livres, estamos diante de uma evidência. O acto de fé exprime-se em presença de sinais e não de provas. Assim, João vê estes sinais e acredita neles. Sem dúvida porque se recorda das palavras do Mestre anunciando várias vezes a sua morte e a sua ressurreição. Os seus olhos de carne viram, o

TENHO SEDE!

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Tenho sede! Aqui, do alto desta cruz, um triste púlpito que lança sombra sobre o significado da minha existência, um unico grito sai desta minha carne humilhada, açoitada, arada pelas garras de uma paixão, de um amor não correspondido ou, talvez, simplesmente não entendido. E de um horizonte marcado pela drama dramática do morrer, duma vida que só tem o sabor de lágrimas, que se nutre de um pão empastado com o fermento de amargura, como por um instinto, aquela promessa que diz a beleza da existência e o valor de uma vida escolhida e vivida, faz amadurecer e nascer um grito: tenho sede! Talvez a última tentativa de uma vida que agora encontra-se impotente para travar uma batalha que já se sabe o resultado, em memória dolorosa desta experiência, contra os suspiros do fracasso, da solidão, do abandono, contra aquela voz , mais forte do que qualquer outra tentação, que continua a dizer que talvez nada, e até a propria vida, faz sentido: Tenho sede! Uma sede, que constrói a ponte sobre o