quinta-feira, 25 de março de 2010

A Regalidade da Cruz

A liturgia deste último Domingo da Quaresma convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. A cruz (que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo de Jesus) apresentanos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.Celebrar a paixão e morte de Jesus é abismar-se na contemplação de um Deus a quem o amor tornou frágil… Por amor, Ele veio ao nosso encontro, assumiu os nossos limites, experimentou a fome, o sono, o cansaço, conheceu a mordedura das tentações, tremeu perante a morte, suou sangue antes de aceitar a vontade do Pai; e, estendido no chão, esmagado contra a terra, atraiçoado, abandonado, incompreendido, continuou a amar. Desse amor resultou vida plena, que Ele quis repartir connosco “até ao fim dos tempos”: esta é a mais espantosa história de amor que é possível contar; ela é a boa notícia que enche de alegria o coração dos crentes.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Louvado sejas, meu Senhor!


Em Dia Mundial da Água, cantamos com Francisco de Assis:


«Louvado sejas, meu Senhor,
pela nossa irmã água,
que é tão útil e humilde
e preciosa e casta».
Pela irmã água do seio mateno,
que amorosamente nos envolve e acompanha
em nossa gestação e crescimento;

Pela irmã água da chuva,
ora serena ora violenta e arrasadora,
a lavar cidades e aldeias;

Pela irmã água do mar imenso e majestoso,
a desafiar-nos ao lazer e ao convívio
e aos desportos radicais
e a sulcar horizontes de profundidade e de universalidade;

Pela irmã água dos rios
que serpenteiam montanhas e vales,
a irrigar campos e sementeiras;

Pela irmã água das torneiras e dos chuveiros
que em cada manhã nos desperta
para a vida e para a missão;

Pela irmã e mãe água do Baptismo,
que nos traz vida nova, nova esperança
e novo compromisso na construção da Cidade
onde habita a Paz e o Bem:
Louvado sejas,meu Senhor!

Frei Acilio Mendes

quinta-feira, 18 de março de 2010

Um perdão que fascina!

“Vai em Paz e não tornes a pecar”


Uma unica palavra sai da boca de Jesus. O convite para viver o seu futuro numa nova condição inaugurada pelo dom. Jesus restaura a sua liberdade e dignidade, diz-lhe para tentar outra vez, mas, com um olhar mais além daquilo que tinha tentado até então. Um convite a não continuar a falhar o alvo na sua busca de uma vida e do amor.

O pecado não é mais determinado em relação à lei, mas em relação à liberdade. A condião para viver em liberdade da condenação, que depende da lei, coincide com a liberdade de não voltar a pecar. Mas isso é um dom, não um imperativo moral. A lei condena o passado mas a palavra de Jesus, a sua boa notícia, aponta para a liberdade futura.

Claro que este alinhamento de Jesus ao lado da liberdade e da vida se transforma em motivo de acusação e razão de ódio dos chefes politicos e religiosos.

Se ele liberta a mulher assume, porém, para si o peso do seu pecado. Mais uma vez, nós contemplamos o amor-doação que prefere perder a sua vida para dar ao homem a maior graça ", até o fim", "até a morte".

quinta-feira, 11 de março de 2010

Vou Partir e vou ter com meu Pai!

Regressarei à casa de meu Pai como o filho pródigo, e serei acolhido. Tal como ele o fez, também eu o farei: Ele me atenderá? Eis-me a bater, Pai misericordioso, à Tua porta; abre, para que eu entre, não me perca, não me afaste nem pereça! Fizeste-me Teu herdeiro, mas eu abandonei a herança e dissipei os meus bens; que doravante eu seja como um jornaleiro e um servo.
Assim como pelo publicano a tiveste, tem piedade de mim, e eu viverei pela Tua graça! Assim como à pecadora, a quem remiste, redime também os pecados que cometi, ó Filho de Deus. Assim como a Pedro, que salvaste, salva-me do meio das ondas. Assim como pelo ladrão a tiveste, tem piedade da minha baixeza e lembra-Te de mim! Assim como fizeste com a ovelha perdida, procura-me, Senhor, e encontrar-me-ás; e a Teus ombros, Senhor, leva-me à casa de Teu Pai.
Abre-me os olhos, como os abriste ao cego, para que eu veja a Tua luz! E tal como o fizeste ao surdo, abre-me os ouvidos, para que eu ouça a Tua voz. Cura esta minha enfermidade, como a curaste ao paralítico, para que eu louve o Teu nome. Purifica-me as chagas com o Teu hissope (cf. Sl 50,9), como ao leproso purificaste. Faz-me viver, Senhor, como fizeste à menina, a filha de Jairo. Cura-me, como à sogra de Pedro curaste, porque estou doente. Faz que me levante, como o fizeste ao rapaz, filho da viúva. Como a Lázaro, que chamaste, chama-me com a Tua própria voz e desprende-me destas faixas. Porque eu estou morto pelo pecado, como de uma doença; reergue-me desta ruína, e louvarei o Teu nome! Peço-te, Senhor da Terra e do Céu, vem em meu auxílio e indica-me o Teu caminho, para que eu vá até Ti. Leva-me até Ti, Filho do Bom Deus, e eleva ao máximo a Tua misericórdia. Irei até Ti e, junto a Ti, saciar-me-ei na alegria.
(Tiago de Saroug (c. 449-521) monge e bispo sírio)
 
 

terça-feira, 9 de março de 2010

Louvado Sejas meu Senhor!

Louvado sejas meu Senhor, pela nossa irmã morte!
Ontem, 8 de Março, o nosso saudoso Frei Mauro foi visitado pela nossa irmã morte. A Quaresma do Frei Mauro terminou. Ele agora vive a Páscoa eterna com o seu Senhor que seguramente lhe virá ao encontro dizendo “servo bom e fiel entra no gozo do teu Senhor.” 
Embora firmes na certeza da nossa fé, que não engana, para nós Irmãos Capuchinhos de Cabo Verde, este é um duro golpe. Frei Mauro fazia parte do segundo grupo de missionários que chegou a Cabo Verde em 1949, dois anos depois da abertura da missão, viveu entre nos durante 62 anos. Se a nossa fraternidade Capuchinha e a nossa Igreja hoje florescem devemos seguramente muita coisa ao sangue e ao suor de freis missionários como Mauro. Nós nos comprometemos a fazer tesouro de tantas heranças e lembranças. 
Agradecemos o nosso irmão pelo seu amor e dedicação a nós e à nossa gente e pelos seus 62 anos vividos entre nós, como um de nós, acompanhando-nos nas nossas lutas, derrotas e vitórias. Quisemos (estou certo que morreu com esta certeza) que ele, como todos os nossos missionários de ontem e de hoje, soubesse e sentisse que toda a sua vida dedicada ás nossas ilhas, e tanta fidelidade e amor não foram em vão. A semente lançada com generosidade caiu em boa terra e vai produzindo frutos saborosos. Obrigado Frei Mauro! O ideal evangélico que o animou nesses seus anos de irmão, pai, amigo e companheiro é também o nosso ideal e o é de tantos jovens generosos espalhados nestas ilhas. Apesar dos seus 91 anos padre Mauro continuava jovem e cativante com muitos sonhos. Sonhava de poder voltar para Cabo Verde para continuar a sua missão no meio do seu povo, junto dos seus irmãos. A morte em Cristo não cancelou estes sonhos mas os leva a bom termo. Frei Mauro agora, mais do que nunca, nos ajudará a ser fiel até o fim! 
Frei Mauro adormeceu serenamente, apesar da amputação de uma perna que sofreu poucos dias antes por causa da dificuldade de circulação. Talvez estavam cansadas as suas pernas. São pernas que percorreram montanhas e vales para levar a Boa Notícia de Jesus Cristo. Podemos dizer: como são belas “as pernas”do mensageiro da feliz noticia. 
Obrigado padre Mauro pela tua dedicação e amizade, pelo teu exemplo e fidelidade. Para nós és grande porque nestes teus 91 anos soubeste ser entre nós um autêntico irmão menor. És grande padre Mauro!! Obrigado e... Boa Páscoa! 
Frei Gilson Frede

sexta-feira, 5 de março de 2010

Esta é uma nova oportunidade. Convertei-vos!

A parábola da figueira é muito eficaz. Três anos sem frutos, o tempo desperdiçado em coisas fúteis que não salvam para a eternidade, uma existencia falhada, uma vida - a nossa - estéril, que não produz frutos. Podemos emitir juizos diferentes em relação à nossa realidade social como nos é apresentada nos noticiários? Figueira infrutífera. Folhas. “papo furado”. Quando não pior.


Então precisamos tomar uma decisão, precisamos de nos converter. Esta é "uma nova oportunidade que nos foi dado, que Cristo nos deu através da sua redenção e do seu perdão. Mais uma vez, mais uma chance, mais uma Quaresma.

O coração de Deus se estende com paciência através do tempo e é Ele tem que se preocupa em escavar-nos dentro e em colocar-nos adubos abundantes. Ele é o primeiro agricultor apaixonado da nossa terra estéril. Que condescendência e bondade!

Poderíamos resumir a mensagem de hoje dizendo que Deus faz justiça, mas que a sua justiça segue o ritmo da sua misericórdia.


Atualidade

O carinho do Papa Francisco que irrita muitos padres

É uma coisa maravilhosa mas, por exemplo, também João Paulo II foi à cadeia encontrar o seu assassino Ali Agca. Mas desta vez, aposto, ...

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