sábado, 9 de abril de 2011

Ressurreição e vida!



Jesus vai à Betânia impelido pela amizade. Nós não sabemos nada acerca de Lazaro, a não ser que era amigo de Jesus. Esta é a sua identidade: “aquele que Jesus amava”. De Lazaro conhecemos também todas as lágrimas choradas por ele: coram Marta e Maria, choram os judeus, chora até mesmo Jesus. As lágrimas são o anúncio de que o amor é sempre ameaçado, que a felicidade é frágil, porque muitas coisas fogem ao meu controlo: o meu corpo, o meu coração e o coração dos outros, os acontecimentos da história e a natureza à minha volta.
Eu invejo Lázaro não pela vida que Deus lhe deu de novo, mas pelo facto de ser circundado de amigos, sinal de uma vida conseguida, realizada. A sua santidade é a amizade, sacramento que conforta a vida. No entanto, a mim o que importa Lázaro? A que serve a sua ressurreição? Lázaro não é meu amigo, não é nem meu Pai nem minha mãe. Lázaro não é nenhum dos meus mortos. A mim importa não importa Lázaro. Importa sim, Jesus e o seu amor pelo amigo. Amor até as lágrimas. É isto a salvação: o choro de Deus. Eu não morrerei para sempre graças ao seu amor que não aceita terminar.
“Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido.” Estas palavras as faço minhas: se tu Senhor estás comigo não morrerei. Se estás comigo a noite não virá. Nos dias das lágrimas Deus parece longe. O seu atraso pesa muito. Para Marta e Maria o peso durou quatro dias. No entanto Deus é sempre presente porque nós somos o seu céu. Ele é presente não como isenção da morte, mas como ressurreição e vida. Eu creio com a fé do anónimo que morrendo escreveu: Creio no Sol, mesmo que ele não brilhe. Creio no amor, mesmo que não o sinta. Creio em Deus, mesmo quando ele se cala !

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