Partir o Pão para todos os Povos!

Celebramos hoje em toda a Igreja a Jornada Mundial das Missões “para promover o anuncio do Evangelho no coração de cada pessoa, de cada povo, cultura, raça, nacionalidade”, é este o objectivo que o Papa Bento XVI estabelece para este ano. Mas tal anuncio não é eficaz se quem o propõe não é uma testemunha credível nutrida “pela oração, pela meditação da Palavra de Deus e pelo estudo das verdades da fé” de facto “os homens do nosso tempo, talvez inconscientemente, pedem aos crentes não somente de ‘falar’ de Jesus, mas de ‘fazer ver’ Jesus em cada ângulo da terra diante das gerações do novo milénio e especialmente diante dos jovens de todos os continentes, destinatários privilegiados e sujeitos do anúncio evangélico”.
Nós sabemos hoje que a missão não é uma questão meramente geográfica. Muitas Igrejas que num passado não muito distante doaram com generosidade numerosos missionários a todos os continentes, contam hoje entre os seus membros muitos “filhos da missão”. A missão pode ser definita como uma questão de amor: amor sem medida de Deus Pai que deseja a felicidade dos seus filhos e amor de quem se faz mensageiro e testemunho da paternidade de Deus.
Temos que partir da Missa para a missão. Para os cristãos o sinal distintivo de pertença é o convite à Mesa: um pão que faz memória da vida doada sobre a cruz, um pão que é levado para o altar para ser dividido entre os irmãos, um pão que o crente leva consigo para nutrir aqueles que são privados dele, um pão que combate a fome. Fome do corpo e fome da plenitude de humanidade, de relações fraternas, de amor entre o homem e a mulher, de saber e de cultura, de trabalho e dignidade, de saúde, de alegria de viver.
O pão que levamos ao altar é “fruto do nosso trabalho” e da nossa canseira; o pão que se parte é para repartir: o Corpo do Senhor é distribuído na celebração e na vida. É necessário por isso, que as nossas comunidades reconheçam no gesto eucarístico o fundamento da missão e dêem a um evento muitas vezes tido como um ritual, um cunho de solidariedade e de abertura universal na relação entre as Igrejas que partem o pão para os seu povos e para o mundo inteiro.

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