quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Vida blocada!



No passado dia 29 de Agosto, em pleno verão saiu a notícia que dava conta do desaparecimento misterioso de uma adolescente chamada Sarah Scazzi. Tinha saído de casa com uma mochila e vestida para ir ao mar e devia passar na casa dos tios a 400 metros da sua para encontrar a prima que a acompanhava ao mar. Desapareceu em pouco tempo. A prima que a esperava não a viu chegar e não respondia ao telemóvel. 
No início foram muitas as hipóteses e possibilidades para justificar o desaparecimento. Se pensou até que ela tivesse fugido ou que tivesse sido sequestrada. Este facto foi notícia quase todos os dias e ontem soubemos todos que afinal a pobre Sarah de apenas 15 anos tinha sido morta pelo próprio tio que depois a violou e deitou o cadáver num poço profundo e abandonado. 
Tudo isso seria mais um facto de crónica negra de um país onde todos os dias se ouve casos mais ou menos assim. Mas aquilo que surpreendeu a todos é que o próprio tio homicida, tinha feito declarações publicas mostrando-se preocupado com a situação da sobrinha, proporcionando uma cena de cinema. 
Ontem à noite o tio foi chamado pelos magistrados e depois de 11 horas de interrogatório acabou por confessar o crime. A mãe, naquele momento em que as agências de noticias divulgavam a notícia de que Sarah era morta e que foi o próprio tio a cometer o crime, era em directo na Televisão dando entrevista num programa sobre desaparecimentos misteriosos e foi durante a transmissão que soube do dramático fim da sua filha. A condutora ainda queria que ela falasse e explicasse…. Pior ainda, ela encontrava-se na casa do assassino, seu cunhado, esperando que ele voltasse do interrogatório, enquanto participava ao programa televisivo. Naturalmente esta falta de sensibilidade da jornalista motivou muita polémica e alguma revolta. Eu, que seguia a transmissão, fiquei estupefacto esperando que a jornalista interrompesse a ligação directa que mantinha com a pobre mãe. Mas não a fez até que a situação tornou-se embaraçante: depois de mais de um mês em que a mãe vivia na esperança de reabraçar a própria filha fazendo todo o possível, sabe em directo da televisão que a sua menina já não vivia e que foi um familiar a provocar tudo isto. É caso para dizer: “até o meu amigo intímo, em quem eu confiava e que comia do meu pão até ele se levantou contra mim” (salmo 41) penso porém que Sarah, com o seu belo sorriso, cheios de quem sabe quantos sonhos e esperanças, possa dizer com confiança: “Tu me ajudarás, porque vivo com sinceridade, e me farás viver para sempre na tua presença” (salmo 41). Que assim seja! 
Pobre mãe e pobre Sarah. Que Deus a acolha no seu Reino de paz e de bem e aos familiares dê o conforto e a serenidade. Ao tio o arrependimento e o perdão.
 Veja a transmissão em directa daquilo que descrevi clicando aqui

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