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A mostrar mensagens de novembro, 2012

Um Cântico novo!

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O livro de Apocalipse nos oferece hoje uma imagem de grande consolação. Enquanto os nossos dias passam muitas vezes como uma monótona e - porque não   - nauseante repetição de gestos, palavras e dinâmicas sempre iguais, no santuário do céu as coisas parecem ser bastante diferentes, ligadas a grandes surpresas.   "Ouvi uma voz que vinha do céu; parecia o barulho de águas torrenciais e o estrondo de um forte trovão. O ruído que ouvi era como o som de músicos tocando harpa. Estavam diante do trono, diante dos quatro Seres vivos e dos Anciãos, e cantavam um cântico novo. Era um cântico que ninguém podia aprender; só os cento e quarenta e quatro mil marcados, que foram resgatados da terra". (Ap 14,2-3). O vidente de Patmos assim descreve a vida daqueles cuja Páscoa de Cristo renovou a vida e o nome: “como um cântico novo”. Não as mesmas coisas as quais estamos habituados, não os mesmos labirintos dos quais não sabemos sair, não os mesmíssimos procedimentos

Cristo Rei!

Tu és o Rei dos judeus? Os caminhos de Deus, nem sempre são os caminhos do Homem. Celebramos a festa de Cristo Rei, com uma passagem da Paixão do Senhor. Pode, na eminência da morte, celebrar-se a realeza de alguém? No diálogo com Pilatos, o Senhor revela-se, ajuda-nos a tocar o Seu mistério e a acolher a verdade da Sua missão. Jesus não quis ser rei. Não quis, nem quer mandar, apenas propor. Não quis, nem quer dominar, apenas servir. Não quis, nem quer subjugar, apenas ajudar a levantar. A realeza de Deus questiona os nossos modelos de poder. Ele não deseja ser um chefe político. Cristo quer apenas reinar no nosso coração, não como ditador, mas como amigo, irmão, companheiro de viagem. Jesus é um Rei que lava os pés aos seus discípulos, que percorre as ruas para tocar os pobres e beijar os doentes. Jesus é a imagem do poder de Deus que escuta, ampara, consola e se dá… O meu reino não é deste mundo Pilatos quer saber o que Jesus fez para chegar a esta situação. Um r

Inúteis!

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Terça Feira da XXXII Semana do Tempo Comum Não é exactamente a primeira coisa que desejamos ouvir dizer de manhã cedo logo ao despertar, o elogio que reservamos às pessoas especiais, nem tão pouco o epíteto que nos escapa da boca nos momentos da raiva. No entanto o Evangelho, quando quer fazer-nos grandes dons e definitivas revelações, não se perde em eufemismos e nos anuncia - simplesmente - a verdade. « Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos inúteis servos: fizemos o que devíamos fazer’».  (Lc 17,10). Somos inúteis, isto é não necessários, não indispensáveis. Sabe-se lá porque, muitas vezes, perdemos este elementar sentido da (nossa) realidade e nos metemos num mar de preocupações tanto absurdas quanto infundadas?! Com estas palavras o Senhor Jesus nos ajuda a perder aquela grande confiança em nós mesmos que nos paralisa o coração, e encaminha-nos para aquela pequena confiança nele que nos emerge na grande capaci

Atentos!

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Segunda Feira da XXXII Semana do Tempo Comum As Escrituras, hoje, nos oferecem uma série de recomendações todas em vista à construção em nós de “uma autêntica religiosidade” (Tt 1,1). É sempre muito forte o risco - sobretudo para os crentes - de confundir a voz de Deus com medos e desejos que bramam seguranças, em vez de identificar-la com aqueles doces e audazes apelos que desejam “levas à fé” (Tt 1,1) os passos da nossa vida. O Senhor Jesus no Evangelho, depois de chamar a atenção dos discípulos sobre o perigo de escandalizar os pequenos na fé com o seu comportamento, recomenda uma particular forma de vigilância.  « Tende cuidado. Se teu irmão cometer uma ofensa, repreende-o, e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se te ofender sete vezes num dia e sete vezes vier ter contigo e te disser: ‘Estou arrependido’, tu lhe perdoarás » (Lc 17,3-4). Escandalizar significa ser ocasião de tropeço para o outro, impedir-lhe o caminho mediante obstáculos que o obriga a cair

Um gesto autêntico...

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Quem te avisa… Perante o aviso de Jesus, com que o texto começa, podemos pensar: se ele diz “acautelai-vos” estará a advertir para algo que vem de fora, para o qual me devo precaver. Uma análise mais séria leva a adentrar-me pelas avenidas do meu ser e a descobrir esse escriba enterrado nas minhas motivações. Não será esse escriba o responsável por destabilizar a minha humildade e verdade face aos outros? Talvez seja ele o que coloca um verniz à frente da minha falta de autenticidade; talvez seja ele a ditar-me certas regras de competição desenfreada, de busca de atenções, de defesa dos “meus direitos”, de uma implacável indiferença perante os detalhes do irmão. Urge, então, localizar e denunciar esse escriba… E esse escriba provavelmente sou eu! Não tenho hipótese de ludibriar Deus com a soma avultada do meu trabalho pelo seu Reino, com a incontável lista das minhas obras de piedade, com a sobra de palavras... Deus não se suborna com esmolas. O desafio que Jesus me deixa é o

Uma multidão imensa!

Hoje fazemos memória da estupenda companhia dos santos, irmãos e irmãs que viveram bem os seus dias neste mundo e entraram já no mistério da vida eterna e na comunhão com Deus. Devemos recuperar um olhar mais sério e sereno em relação a estas figuras, porque muitas vezes delas temos uma opinião um pouco idealizada. Em vez de tê-los como preciosos companheiros de viagem na aventura da vida, os vemos como personagens extraordinários e impossíveis de serem imitados, bastante longe da mediocridade dos nossos dias. Como sempre, convém baixar o olhar sobre as Escrituras para descobrir o que a Palavra de Deus diz deles.   Tantos No Livro do Apocalipse recebemos já uma surpreendente notícia: os santos são tantos, tantíssimos! Não é verdade que as pessoas boas e justas são poucas no mundo, o vidente de Patmos afirma que os santos são “uma multidão imensa, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9). Certo, nós somos sempre mais inclinados a coloc