Um menino envolto em panos!
“Não temais, porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura”.
Somente a contemplação pode simplificar a nossa oração para chegar a constatar a profundidade do cenário e do sinal que nos é dado.
Uma manjedoura, um menino, Maria em contemplação, José meditando: “na verdade tu és um Deus misterioso!”. O Pai, somente Ele conhece o Filho, nos concede reconhece-lo para o podermos amar e imitar.
Nenhum aparato exterior, nenhuma consideração, na aldeia tudo é indiferente. Só alguns pastores, uns marginalizados da sociedade…
E tudo isto de livre vontade: “Ele escolheu a pobreza, a nudez. Desprezou a consideração dos homens, aquela que provém da riqueza, do esplendor, da condição social”. Nenhum aparato, nenhum esplendor exterior.
No entanto ele é o Verbo que se faz carne, a luz revestida de um corpo. Ele encontra-se no mundo que ele mesmo continuamente cria e recria, mas nos é escondido. Porque aparece-nos apenas escondido?
Ele até então era, segundo a expressão de Nicolas Cabasilas, um rei em exílio, um estrangeiro sem cidade, e eis que regressa à sua morada. Porque a terra, antes de ser a terra dos homens, é a terra de Deus. E, regressando, reencontra esta terra criada por ele e para ele.
“Deus se fez portador de carne para que o homem pudesse tornar-se portador de espírito”, diz Atanásio de Alexandria.
Comentários
Enviar um comentário