Prefiro a misericórdia!


Existem pessoas que, independentemente do seu valor pessoal, não nos são simpáticas simplesmente pela sua profissão ou pela categoria a que pertencem.
Mateus, cuja festa hoje celebramos, era uma delas. Com uma definição moderada, diríamos que era um financeiro (esta categoria nos é ainda menos simpática depois da ultima grande crise financiaria e económica que afectou-nos a todos), que se sentava no no seu banco de trabalho impondo e recolhendo os impostos e talvez extorquindo impostos e taxas aos seus concidadãos. Essas pessoas ou categorias mesmo quando fazem o seu trabalho honestamente, sua presença é sempre perturbadora.
A Mateus, cobrador de impostos, Jesus chama e em tom de comando diz-lhe: "Siga-me e ele se levantou e o seguiu”.
Ao banquete que se segue podemos encontrar, juntamente com os publicanos e pecadores, Jesus e seus discípulos. Isto era motivo de admiração e de escândalo para os falsos puritanos: sentar à mesa com certas categorias de pessoas significava ficar contaminado e contrair graves impurezas. Para Jesus, porém, é uma ocasião propícia para mostrar aos homens os objectivos mais importantes da sua missão, para revelar a infinita misericórdia do Pai, e dar a conhecer o sua predilecção pelos mais distantes, para os mais necessitados de perdão. Ele que ouve e lê no segredo dos corações resume assim a sua mensagem: "não são os que têm saúde que precisam de médico mas sim os doentes. Ide aprender o que significa: prefiro a misericórdia ao sacrifício. Porque eu não vim chamar os justos, mas os pecadores."
Eis como nos é apresentado o significado profundo da participação à mesa de Cristo: a sua comida não são os manjares que enchem a mesa mas sim o cumprimento de sua missão, que o leva a mergulhar-se no labirinto do pecado para conduzir os pecadores à conversão.
Comer com os pecadores significa ainda não sentir aversão do mal deles, mas querer curvar-se com amor sobre as suas chagas para as curar com o remédio da misericórdia.
Este quadro nos leva a pensar uma famosa ceia quando Cristo, para alcançar e reinar no coração do homem, deu si mesmo como comida e bebida de salvação. Esta é e deve continuar ser a mesa da Igreja onde se sentam tanto os pecadores quanto os santos, onde para todos e em abundância está Cristo que cura e renova, que espalha perdão e amor para todos. Esta é ainda a missão de todos os Ministros do Senhor: ser médicos de almas, testemunhas da misericórdia para todos.

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