quinta-feira, 16 de maio de 2013

A festa do Espírito!




Artista dos interiores
O Espírito Santo é o ilustre esquecido da nossa vida de fé, o eterno desconhecido e ausente na nossa relação com Deus. E, no entanto, Ele está presente, mesmo se discreto. Nunca dá nas vistas, porque prefere o espaço da interioridade, onde se fazem as confidências, onde se cria a comunhão, onde se sonha o futuro e se contempla silenciosamente o essencial. Nunca compra protagonismos nem reclama vaidades. Talvez seja essa a sua identidade: ser sempre para o outro.
Na Bíblia é chamado de Consolador (para arrancar qualquer solidão), Vivificador (para mostrar o rosto de Deus e recordar a sua palavra), Paráclito (para defender do medo) e reveste-se de formas diversas: vento, fogo, pomba… Ele é o Amor em cada amor, a alma em cada vida, o ar de cada respiração.

Misterioso respiro de Deus
É através de um sopro que Jesus transmite aos apóstolos o fôlego que animou a sua vida, a paixão e energia que o vivificou. Para Deus basta um vento, uma brisa, um sopro vital. E nós bem sabemos o quanto a nossa vida é frágil e suspensa de um simples respiro. Pessoa e respiração são inseparáveis, coexistem juntos. Respirar a “atmosfera” de Deus é viver, sonhar, amar Aquele que se respira! O Espírito Santo é a respiração de Deus.
Já nas origens Deus insuflara no barro o seu respiro e o homem tornou-se um ser vivo. Desde então o Espírito preside a tudo o que nasce, é aquele que dá vida, é a fonte da vida (Credo). Esta é a tarefa miraculosa e maravilhosa do Espírito: fazer nascer a vida, mesmo onde aparentemente ela acabou. O Espírito é capaz de tornar possível o impossível.

Perigo de incêndio
O Espírito é perigoso, devastante e inquietante. Quando pensamos que tudo acabou, que o melhor é fechar-se, que não há saídas, o Espírito escancara as portas do coração, indica caminhos de encontro e de comunhão, enche de ar renovado a vida. Aos apóstolos amedrontados, o Espírito do Ressuscitado faz descobrir uma vida nova; de enclausurados passam à aventura de enviados.
É por vezes difícil sair do nosso cenáculo. E o Espírito vem, humilde e decidido, mais forte do que o nosso desânimo, como vento que enche as velas da nossa vida, que dispersa as cinzas da morte e que difunde por toda a parte os pólenes da primavera da ressurreição.
No relato do Evangelho não se faz referência à presença de Maria. Junto dos apóstolos, acredito que Ela sorria serenamente, como se já conhecesse o rosto e o modo de agir do Espírito. No seu interior já tinha experimentado a sua presença e tinha visto dissipar-se, no silêncio, todas as perplexidades. Ela bem sabia que a semente colocada por Deus no coração dos apóstolos trazia dentro de si a força para desabrochar, florir e dar vida… para ser colheita do Evangelho!
Ouça aqui a música "brisa do Espírito"

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