domingo, 25 de abril de 2010
Senhor; que queres que eu faça?
O quarto domingo da Pascoa é conhecida como domingo do Bom pastor e na Igreja rezamos pelas vocações. Começemos com um olhar. E um olhar positivo! Cada um de nós é aquilo que olha; e aquilo que olha passa a constituir motivo de interesse. Lembremos o olhar de Cristo ao jovem Rico: "Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele" (Mc 10,21).
2009 foi o ano europeu dedicado à criatividade e à inovação. No fundo, celebraou-se os imensos e incontáveis dons da criação. O universo é uma infinita sinfonia, no qual cada ser é único, criativo e diverso. Celebrar a criação é ficar boquiaberto ante infinita biodiversidade. Um olhar extasiado numa noite de céu estrelado ou a surpresa de uma paisagem, provoca a pergunta: que pintor compôs esta tela de tão deslumbrante beleza?
Uma das coisas terríveis das nossas cidades é que há tantas paredes e muros de betão que quase nos "tornamos "toupeiras", não nos deixando ver e escutar a sinfonia da beleza da biodiversidade. Hoje, talvez uma das coisas mais trágicas na educação das crianças e dos jovens seja não se dar espaço para descobrir essa maravilha que é a Biodiversidade. Então ficam bloqueadas, soterradas na profundidade do nosso eu muitas perguntas sem resposta.
Se não somos educados para as perguntas essenciais da vida seremos provavelmente uns "falhados" vocacionalmente. Uma "página vocacional" começa por pararmos ante a vida e olhá-la como uma fonte criativa e inovadora.
Só com este olhar radicalmente positivo acerca da minha existência eu posso responder à pergunta misteriosa: a minha vida... para quê?
Uma das personagens mais criativas e inovadoras da história da humanidade foi São Francisco de Assis. O "Poverello" não foi um Einstein que descobriu a fórmula matemática da teoria da relatividade. Nem um Fleming que descobriu a penicilina. Mas nem só os cientistas são criativos e inovadores. Também aqueles que, como Francisco de Assis sabem viver a cantar a fraternidade, se tornam "benfeitores" da humanidade.
DAI-NOS ROSTOS CLAROS
Pai,
Senhor do Universo e da História,
nós sabemos que as vocações
são um dom do vosso amor,
fruto da vossa iniciativa,
chamamento que fazeis a cada um,
para viver uma existência
plena de amor e liberdade.
Escutai hoje esta oração
que vos pede especialmente
aqueles operários que se dediquem
às grandes messes da humanidade inquieta,
que façam ouvir o Evangelho
aos que não se sentem amados,
que andam perdidos e desorientados.
Mandai-nos apóstolos de coração puro,
testemunhos santos.
Rostos claros de pessoas felizes
porque escolhem o máximo,
arriscam tudo e recebem cem vezes mais.
Não Vos importa
que nos faltem mestres de caridade e paciência?
Apóstolos que digam aos jovens
que há uma beleza indestrutível no mais fundo de si,
misteriosa e luminosa,
que nada nem ninguém pode ofuscar?
Operários que os ajudem a sintonizar
a voz bela e verdadeira do Bom Pastor
que os chama porque os ama?
Que os vossos operários
transmitam confiança e serenidade,
sejam sinais de esperança, do Reino que virá.
Escutai com bondade, ó Pai,
estes pedidos que Vos fazemos com fé,
cumprindo as indicações de Jesus,
Vosso Filho e nosso Irmão.
Ámen
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