segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Última Hora!



No fim do ano civil, nós cristãos olhamos aos dias passados e ao tempo que nos foi dado para viver com especial intensidade de olhar. Reflectindo sobre o mistério da encarnação do Verbo, São João chega a afirmar que a história é já para nós como um tempo último. Não no sentido que depois não existirão outras pessoas, mas que se trata de um tempo pleno, decisivo, onde não falta nada, porque Deus descobriu todas as cartas, nos mostrou finalmente o seu rosto. 

“Meus filhos, esta é a última hora. Ouvistes dizer que há-de vir o Anticristo. Pois bem, surgiram já muitos anticristos e por isso sabemos que é a última hora” (1Jo 2,18). 

Paradoxal, mas terrivelmente verdade. A confirmação de que se trata do ultimo tempo é dada pelo facto que a oposição a Deus revelado na carne de Jesus Cristo pode exprimir-se agora livremente e plenamente. Desde há dois mil anos, de facto, “poderes” diferentes do exercitado por Deus na lógica da cruz tentam possuir e dirigir a história. Os vemos ainda assumir posições de prestígio nos “preferidos” da nossa sociedade contemporânea: dinheiro, sucesso, bem-estar, técnica, etc. Desta forma - diferentes mas no fundo sempre iguais - o homem tenta fugir à lógica da encarnação, que é a única luz verdadeira que ilumina cada homem e nenhuma treva pode vencer.  

“Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo1,10-13).

 No fim de um outro ano vivido neste mundo é importante perguntarmo-nos se e quando nos aconteceu não reconhecer e acolher o Verbo de Deus  feito carne. Talvez porque demasiados apegados aos nossos desejos de sangue, ou então excessivamente concentrados sobre a nossa vontade, ou talvez ainda assim hipnotizados pelas expectativas e pelas necessidades dos outros. Mas, mais importante, é renovar o propósito de exercitar o único poder que realmente o céu deu à terra e é capaz de transformar a história no Reino de Deus: as escolha alegre de tornar-se filhos de Deus. Livres de fazer da última hora que nos dada uma pequena/grande obra prima. Sem medo de errar ou de ferir-nos. Medo sim de não amar bastante. De não restituir tudo Àquele que tudo nos dá.  

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