quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Longa e estreita!



Quarta Freira - XXX Semana tempo comum

Não, não se trata de uma túnica muito na moda no tempo de Jesus. Nem de um tipo de prato gostoso típico da Palestina. O título escolhido é a discrição conjunta que as Escrituras de hoje fazem daquela vida intensa daquela vida intensa e feliz que o Senhor indica ao homem. Ilustrando o sentido do quarto mandamento (honra o teu pai e a tua mãe), S. Paulo fez o elogio da obediência como a melhor garantias para um futuro próspero.

“É o primeiro mandamento acompanhado de uma promessa: «para que sejas feliz e tenhas vida longa sobre a terra»”. (Ef 6,2-3)

A mesma recomendação é também dirigida aos pais, que devem obedecer aos filhos tornando-se sábios educadores. Portanto, aos patrões e aos escravos, que podem até prestar um mútuo serviço, “como quem serve o Senhor e não aos homens” (Ef 6,7). O motivo deste convite à obediência feito sem nenhuma discriminação de papéis e circunstâncias nasce da consciência que Deus in primis quis ser obediente à nossa humanidade. Até à morte.

«E vós, senhores, tratai os vossos servos do mesmo modo; evitai as ameaças, pois sabeis que tanto eles como vós tendes o mesmo Senhor, que está no Céu e não faz distinção de pessoas.» (6,9).

De facto não deve ser entendida como uma discriminação que se cumprirá nos últimos tempos a ameaçadora palavra de Jesus no Evangelho, mas sim como um urgente apelo ao nosso coração muitas vezes cheio e distraído.    

«Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir». (Lc 13,24).

Jesus faz apelo a um outro recurso muitas vezes sub-utilizada, de modo particular hoje na sociedade dos comfort e dos benefits: a capacidade de combater sobretudo contra nós mesmos e as infinitas atitudes a fazer-nos sempre esperar pelos compromissos mais importantes, para lembrar-lhes sempre demasiado tarde. 

ficareis fora e batereis à porta, dizendo: ‘Abre-nos, senhor’; mas ele responder-vos-á: ‘Não sei donde sois’.  (Lc 13,25).

Para não correr o risco de tornar-se estranhos à vida e a Deus que nos ensina a enfrentá-la, a mensagem é claro: recomeçar a obediência e o combate. Obedecer significa alargar os confins do olhar e do coração, dilatar os espaços de vida para si e para os outros. Lutar, porém, significa encontrar motivos e coragem para escolher uma coisa entre as outras, para permanecer fiéis e não deixar-se fascinar pelas muitas propostas de estradas e caminhos. Só assim a vida passa a ser um percurso feliz e de medida perfeita: longa e estreita.   

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