sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A cruz e as suas consequências!


Os discípulos não compreendiam
O mistério de Deus não parece estar ao alcance da razão dos discípulos. Eles não compreendem como pode um rei ser entregue e morto como um fracassado e um inútil e passam indiferentes à novidade da ressurreição. Hoje, talvez compreendamos a lógica do amor de Deus como um dado adquirido e não como um mistério que nos interroga e transforma. O escândalo e a loucura de Deus, são as bandeiras do seu reinado e nós, discípulos aprendizes, precisamos de aprender a humildade e a entrega como pré-requisitos para nos alistarmos neste exército do reino. A dúvida é a sede de quem procura a verdade. O medo é o reflexo de quem foge ao desafio. Cristo desafia-nos pelo que diz, é e faz. Não tenhamos medo de o interrogar, de nos aproximarmos do seu mistério. 

Que discutíeis no caminho?
Jesus conhece, no silêncio, as preocupações dos discípulos. Está atento às nossas dúvidas, aos nossos porquês e aos nossos sonhos. Tal como os discípulos, enquanto caminhamos com Jesus, perdemos o nosso tempo em discussões vãs, vazias de fundamento. Percorremos quilómetros da vida com disputas sobre pontos de vista estéreis, porque nos desviamos do essencial, que é a presença de Jesus. 
Inventamos formas de subir acima dos outros. Construímos galardões para que possamos destacar-nos do grupo. Obcecamo-nos em argumentos que nos favoreçam, em detrimento dos outros, sob a luz de uma falsa humildade. Escondemo-nos, numa abnegação mentirosa, para que rapidamente descubram as maravilhas que detemos como nossas e que não nos pertencem. Regateamos interesses e projetos, num egoísmo fechado, avesso à comunhão, com medo de perdermos esse jogo… discutimos…

Quem quiser ser o primeiro será o último
Jesus cala os nossos jogos de interesses com o grito sereno da humildade.
Aqueles que escolheram seguir um rei pobre, simples e que se entrega até à morte, não possuem o sonho de ser maiores, mas acolhem a aventura de serem servos.
Quem ama aprende a ser pequeno, a ser o último. Aprende com Jesus a sabedoria do serviço. Na entrega de Jesus até à morte bebemos a ciência do amor que se abandona, que se doa, que se oferece. Na corrida do amor, chega primeiro quem se esqueceu de si, para que outros também chegassem.
Quem verdadeiramente caminha com Jesus descobre o valor do acolhimento incondicional, sem juízos de valor. O abraço é a porta do serviço. Jesus ensina-nos a abraçar o outro, a criança, como modelo de acolhimento ao amor de Deus, pois quem a receber… é a Mim que recebe… e quem Me receber não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou. Arrisquemos abraçar, servir, ser o último… arrisquemos viver o Evangelho!

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