Um caminho para todos!




“Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho”
Os onze discípulos, assolados pelas dúvidas, são enviados a todo o mundo. A confiança do Mestre não dá importância às incertezas daquele punhado de homens e acredita, ainda hoje, em cada um de nós. Ele bem sabe que a missão não se baseia nas forças ou nas dúvidas dos discípulos, porque no coração da missão está o coração do Pai. O milagre do Evangelho é, então, prodigamente semeado nas sílabas da voz humana e nas frágeis mãos de cada pessoa. Jesus não deseja discípulos alienados com um estéril fixar dos céus, mas convida a voltar o olhar para o quotidiano, sementeira de milagres.
Deus arrisca, aposta, aventura-se! Ele confia a beleza da criação à nossa vida de barro, entrega a sua obra de amor à fragilidade do coração humano.
“O Senhor Jesus foi elevado ao Céu”
Jesus elevando-se da nossa terra – olhada, visitada e semeada ternamente por Deus – inaugura uma fraternidade universal, como uma seara verdejante a ondular ao vento suavíssimo do Espírito. O Mestre ousa sonhar em grande: a missão confiada tem a pretensão de totalidade, de eternidade, com sabor de infinito. A fé torna-se sempre um sair, um andar, um abrir-se, um pôr-se a caminho do mundo. Deus é para todos, é de todos. Ninguém pode sequestrar a salvação. Mergulhar tudo e todos em Deus; baptizar na beleza e novidade que se encontrou e conheceu; inundar a humanidade naquele oceano de amor, faz brotar a vida!
A partir da Ascensão, o discípulo torna-se uma pessoa de fronteira, é levado pelo Ressuscitado a superar o horizonte do umbigo egoísta. O outro torna-se um universo imenso para caminhar. O outro é o paraíso, a terra prometida. O outro, o irmão, é o lugar onde Deus se pode encontrar.
“O Senhor cooperava com eles”
No The end do Evangelho descobrimos que a promessa inicial de Deus – ser o Emanuel, o Deus connosco – se mantém. Ele não se satisfaz com visitas fortuitas, mas promete cooperar connosco todos os dias, dia após dia, de luz e de trevas, de presença e de silêncio. Jesus não assegura coisas, riquezas, comodismos; afiança antes uma presença, uma relação, uma companhia: eu estou sempre convosco! Nunca mais estaremos sós. Nunca mais um Deus distante, separado, esquecido no alto dos céus, mas amassado com a humanidade. Céu e terra reproduzidos, multiplicados e engendrados juntos.
Desta união o homem sairá recoberto de céu, porque o Filho se revestiu da humanidade. Em Jesus, as realidades celestes beijaram a terra e as realidades terrestres foram elevadas à intimidade de Deus. Maravilhosa missão que nos é confiada: criar laços com a eternidade, enamorar-se do céu, ser escada do paraíso. A nossa missão é simples: salvar um pedaço do céu na nossa vida e fazer nascer uma semente de éden no coração da humanidade.
Ainda hoje, Deus mete os seus passos nas pegadas do homem. Basta subir e descer a humanidade de Cristo para encontrar a bênção de Deus. E isso, caros amigos e amigas, é Evangelho!

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