sábado, 28 de abril de 2012

O Verdadeiro pastor!

“Eu sou o Bom Pastor” - Talvez Jesus se tenha recordado das palavras de Deus pronunciadas pela boca do profeta Ezequiel: “Eu cuidarei das minhas ovelhas, para as tirar de todos os sítios em que se desgarraram num dia de nevoeiro e de trevas. Eu apascentarei o meu rebanho, Eu o farei repousar. Hei-de procurar a ovelha que anda perdida e reconduzir a que anda tresmalhada. Tratarei a que estiver ferida, darei vigor à que andar enfraquecida e velarei pela gorda e vigorosa” (34, 11-16). Como pastor Jesus não vai à retaguarda lamentando-se da lentidão dos nossos passos ou dos saltos fora da estrada, mas caminha à frente, abrindo caminhos inesperados e inventado percursos de esperança. Precede-nos atraído mais pelo nosso futuro do que pelas quedas do passado. É o seu andar que seduz e encanta, convidando-nos a sair dos velhos recintos, dos rebanhos anónimos, dos desvios falhados, para ir ao encontro dos outros. “Conheço as minhas ovelhas e elas conhecem-Me” - São tantas e infinitas as vozes que enchem a nossa vida: conselhos, pareceres, comentários, boatos… que nos afogam no silêncio anónimo. Faltam vozes amigas e familiares que falam ao coração. De facto, os ouvidos ouvem, mas é o coração que escuta. Só o coração reconhece a voz do amado, só o coração ardente reconhece o Senhor ao partir do pão, só o coração de amor responde: “eis-me aqui”. Quando o bom Pastor chama fá-lo num modo eternamente apaixonado. Ele conhece nossa vida; recorda a nossa beleza mesmo quando não nos lembramos dela; sabe quais são as nossas quedas para, se necessário, levar-nos ao colo. O Pastor chama pelo simples nome, sem evocar função, autoridade ou atributo, abraçando simplesmente a nossa humanidade de filhos. Abraça-nos com a sua voz, fala sem atalhos ao coração, convida-nos a sair de tudo aquilo que rouba, saqueia ou é estranho à vida. “Dou a minha vida” - Este é o segredo de Jesus, o tesouro escondido e o mistério revelado: Deus vem para dar vida! Dar a sua vida! Não apenas o indispensável, mas aquela vida exuberante, excessiva, bela, magnífica, exagero de vida. Deus dá sempre em demasia: cem vezes mais em irmãos; sobras imensas após saciar a multidão; água insípida transformada no melhor vinho de Canaã; ossos inanimados revigorados no paralítico; pedra do túmulo rolada em Lázaro; perfume esbanjado no perdão dos pecados, até à morte do Filho na cruz para salvar o escravo. O Amor é sempre excessivo, abundante, exagerado; de contrário não seria amor! Ser cristão é aprender de Jesus que a vida é dom; é descobrir que o sentido da vida é dar com abundância; é compreender que o segredo da felicidade depende do amor, da entrega e da relação com o pequeno rebanho confiado ao nosso coração. E Deus, com infinito amor, dá a eternidade ao que de mais belo e bom trouxermos no coração. E isso, caros amigos, é Evangelho!

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