sexta-feira, 23 de março de 2012

Extrema tentação!

Senhor, nós queríamos ver Jesus: Ver Jesus, não é apenas uma curiosidade, mas um verdadeiro desejo de conhecer e de acreditar, pois este é o sentido profundo do verbo ver em S. João. E nós, chamados à comunhão com Deus e entre nós, devemos ser anunciadores deste dom. «O próprio Filho é a Palavra, é o Logos: a Palavra eterna fez-Se pequena; tão pequena que cabe numa manjedoura. Fez-Se criança, para que a Palavra possa ser compreendida por nós». Desde então a Palavra já não é apenas audível, não possui somente uma voz; agora a Palavra tem um rosto, que por isso mesmo podemos ver: Jesus de Nazaré» (Bento XVI, VD 12). Jesus responde com uma parábola que ilumina o inteiro sentido da sua vida. Ele é como o grão de trigo lançado à terra para dar fruto. E o fruto vem descrito logo a seguir: «quando for elevado da terra, atrairei todos a Mim». Da morte do grão nasce o fruto. O centro da frase não é o morrer, mas o dar muito fruto. Viver é dar vida. A única visão de Jesus é o seguimento. Chegou a hora: Com o tema fundamental da hora de Jesus, o texto passa dos gregos aos crentes. Este termo é essencial na teologia Joanina e indica diversas coisas, mas, a hora derradeira da cruz é o grande mistério de todo o mistério. A hora de Jesus é a grande passagem – a Páscoa. É a grande hora do amor. É ainda a hora de ver o invisível no visível da cruz pascal. E este é o enorme risco da fé. A Cruz gloriosa: A cruz é a manifestação máxima do amor de Deus. Em todo o evangelho de João, Jesus fala da cruz em termos gloriosos. A cruz é glória do amor. «A glória de Deus é o homem vivo. A vida do homem é, todavia, ver Deus» (St. Ireneu). Na cruz contemplamos um amor forte. O poder, a fama e a riqueza não entram nesta glória. Só o serviço, a pobreza e a humildade são caminho do amor, do grão de trigo que morre. Deus entregou-se à liberdade dos homens. Todos esperavam um Deus que se impusesse a todos. Deus escolheu o caminho do amor que respeita a liberdade. Ver Jesus significa viver n’Ele. Mas a vida em Cristo não se ensina, aprende-se e experimenta-se; é a finalidade da nossa oração e da nossa fé. Ele mesmo faz-se nosso companheiro. Ele é o único modelo a contemplar. Que depois de O ver, possamos mostra-l’O em eloquente Evangelho! D. José Cordeiro, Bispo De Bragança-Miranda

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