quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Partimos... mas ficamos!

A partir de amanhã, dia 1 de Setembro, os irmãos capuchinhos encerram definitivamente a sua presença fraterna na cidade de Mosteiros. Transcrevemos na íntegra a mensagem que o Frei Matias Silva, delegado do nosso ministro vice provincial deixou ao povo de Mosteiros que caminhou connosco nos últimos 64 anos.



Caríssimos irmãos e irmãos, 
Peço-vos, humildemente, que me concedais mais um pouco do vosso precioso tempo e paciência.
Na hora da partida, queria, em nome da Vice-Província dos Irmãos capuchinhos de Cabo Verde, reportar aos começos da nossa missão em Cabo Verde, mormente aqui nos Mosteiros. A circunstância ordena e exige que se faça esta memória histórica.
No dia 19 de Maio de 1945, a congregação dos assuntos Eclesiásticos Extraordinários dirigia-se ao Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos pedindo missionários para as então colónias portuguesas de Moçambique e do Arquipélago de Cabo verde.
“Com uma população de 174.000 habitantes, onde se constata ignorância religiosa generalizada, superstição disseminada, grande desmazelo no cumprimento do preceito dominical e na recepção dos sacramentos. Nas 10 ilhas há 30 paróquias das quais 12 com sacerdotes. No total a Diocese conta com 14 sacerdotes.” Explanava assim a missiva da referida Congregação.
Conhecendo a situação o Ministro Provincial de Turim mostra-se interessado e avisa ao Ministro Geral que conte com a sua Província.
Depois de muitas “demarches” em Setembro de 1946 Frei Barnaba, Ministro Provincial dos capuchinhos de Turim envia ao Ministro Geral os primeiros nomes dos missionários dizendo «estar confiante de ter conseguido em nome de Deus e da obediência, satisfazer a expectativa e confiança depositadas na Província para aquela delicada seara». Recebida a lista dos nomes o ministro geral respondia: “A leitura dos nomes escolhidos para a nova missão de Cabo Verde nos comoveu porque nos fez compreender quão grandes sacrifícios soube fazer a Província para estar à altura da grande responsabilidade a si confiada” Estava confirmada a missão dos Irmãos Capuchinhos de Turim nas ilhas de Cabo Verde.
Recebida a boa notícia o Bispo da diocese, D. Faustino Moreira dos Santos, respondia aos superiores da Província dizendo estar “muito agradecido à Ordem Capuchinha pelo bom acolhimento dado ao seu pedido de missionários e acrescenta: “Os padres italianos serão bem-vindos à minha diocese; retomarão a vida missionária em Cabo Verde que os padres capuchinhos italianos evangelizaram em 1653. Estou certo que entenderemos bastante bem, como convém a religiosos; eu mesmo pertenço à congregação do Espírito Santo, da qual oito religiosos evangelizam a ilha de Santiago”. Mais adiante afirmava o bispo: “há oito religiosos da congregação do Espírito Santo que se ocupam de Santiago; quatro religiosos salesianos que se ocupam de S. Nicolau; religiosas da congregação do amor de Deus que dirigem um Orfanato em S. Nicolau e religiosas do Espírito Santo no hospital da Praia. Há ainda outros cinco sacerdotes diocesanos (seculares). Estão à vossa disposição para tudo aquilo que os vossos padres tiverem necessidade”.
Finalmente a 21 de Julho de 1947, a bordo dum transatlântico, ancoravam ao Porto Grande de S. Vicente os pioneiros da missão dos capuchinhos de Turim depois de quatro meses em Portugal. Eram eles: Frei Cassiano Bodo, Frei Fidelis Miraglio, Frei Corrado Chiardola, e o Frei Luis Miraglio.
Por sorte, no mesmo dia, partia do Porto Grande o Senhor das Areias, o único navio a motor que então havia em Cabo Verde e que, por conta do governo, fazia ligação entre as ilhas. No dia 22 de Julho chegam à Praia e um dia depois a S. Filipe. Na Praia visitam o Senhor Bispo que os recebe de forma afável.
Segundo o testemunho destes Missionários Capuchinhos, D. Faustino era um Bispo que sabia estimular e imprimir confiança nos seus Padres colaboradores, especialmente nos recém-chegados. Sem muita demora e actos de protocolo, o bispo entrega-lhes o campo de acção pastoral: a Ilha Brava com as suas duas paróquias (S. João Baptista e Nossa Senhora do Monte) e a paróquia de Nossa Senhora da Ajuda, nos Mosteiros, Ilha do Fogo. A Brava estava sem sacerdote desde a saída, por motivos de saúde, do Padre Joaquim Pontes, no início daquele mesmo ano; e a Paróquia de Nossa Senhora de Ajuda estava, também, sem sacerdote desde a morte do Padre Gama, ocorrida uns anos antes
Chegados a S. Filipe só desembarca o Jovem Frei Luis Miraglio (contava na altura 30 anos) destinado à Paróquia de Nossa Senhora de Ajuda “sem saber onde podia hospedar-se à chegada”. 
“Se para os três Confrades desembarcados na Brava, o ambiente era de muito calor humano e de muita festa, isso não aconteceu com o Frade que ficou sozinho nos Mosteiros, Luís Miraglio. Ficar sozinho naquela Ilha não foi uma opção do Frei Luís. É possível que na reunião que tiveram na Praia se tenha pensado que os três podiam dar cobertura a toda Ilha Brava, com duas Paróquias, e que bastava um Padre para assumir uma só paróquia nos Mosteiros, até que Deus providenciasse a vinda de reforços. (…) Nessa altura, somente a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição tinha um sacerdote, o Padre Cláudio Simões. 
O Frei Luís foi, na verdade, um verdadeiro pobre peregrino ‘não caído do céu’, mas, soprado pelas ondas enfurecidas do mar dos Mosteiros. Porém, Deus não deixa os seus filhos abandonados ao sabor do vento. É um Pai que provê de forma viva e eficiente tudo aquilo que é útil e necessário.
Ao cair da noite do dia 25 de Julho de 1947, o jovem Óscar Monteiro saiu do seu quarto em direcção à praça da Igreja de Nossa Senhora da Ajuda e viu a sombra de uma pessoa estranha vestida de um longo hábito, a passear pela praça. O medo não se apoderou do rapaz, antes pelo contrário, aproximou-se e viu um Frade, daqueles que tinha visto nos livros de história sobre os Santos Franciscanos, mas que nunca tinha visto ao vivo. Era o Padre Luís Miraglio que tinha desembarcado em S. Filipe, onde tomou um bote e prosseguiu para o pequeno Porto dos Mosteiros. Ninguém o esperava! Molhado e cheio de frio, permaneceu algum tempo naquela vila à espera de uma mão protectora. “Falta de comunicação ou um autêntico baptismo missionário”? Interrogava Frei Pio Gottin anos mais tarde. Este momento foi bastante crucial e decisivo na vida desse jovem sacerdote que aprendeu e ensinou aos outros que na vida é preciso ter confiança total na divina providência. Só quando não temos nada, nem uma pedra para poisarmos a cabeça, é que começamos a dar valor às coisas pequenas e grandes deste mundo. O jovem Franciscano-capuchinho estava bastante forte e preparado para enfrentar esse momento difícil de solidão, fome e cansaço.
Óscar Monteiro percebeu a situação e reconheceu no jovem Padre capuchinho uma visita divina. Agora, tratava-se de acolher o presente que Deus enviou para aquela comunidade. Por isso, o jovem, hospitaleiro como era, procurou de mil maneiras uma solução possível para o Missionário recém-chegado embora soubesse que não havia uma residência preparada e adaptada para o Padre Missionário, já era tarde demais para procurar um lugar onde passar a noite, mesmo provisoriamente. A única solução, naquele momento, era convidar o Padre a compartilhar com ele o seu pequeno quarto, que por sorte estava provido de duas camas. Isso, na mentalidade cabo-verdiana, é um gesto de profunda morabeza. Ainda que o Padre Luís não fosse por natureza escrupuloso, não foi fácil para ele dormir juntamente com um estranho no mesmo quarto. Todavia, compreendeu a simplicidade, a generosidade e a vontade do rapaz em querer dar-lhe um acolhimento digno e sério, e aceitou com toda a naturalidade deste mundo. É assim que começou a aventura do Padre Luís nos Mosteiros, uma aventura que durou longos anos. 
O estilo de vida desse missionário é comum ao dos outros que por cá passaram. Foi o estilo de Jesus e dos seus primeiros apóstolos: «Nada leveis para o caminho: nem cajado, nem alforge, nem pão, nem dinheiro, nem tenhais duas túnicas. Em qualquer casa em que entrardes, ficai lá até ao vosso regresso» (Lc 9,3-4). Em poucas palavras, foi um estilo evangélico: nada para si e tudo para os outros. 
A Igreja paroquial dos Mosteiros precisava de alguns arranjos para as celebrações litúrgicas. Não havia residência nem qualquer outra estrutura para o acolhimento. Não havia capelas e isso dificultava a concentração das pessoas nas aldeias. O espírito evangélico levava os missionários a andar de casa em casa para conhecer melhor a vida das pessoas. Também, celebravam os sacramentos nas casas privadas de pessoas idóneas e cristãs. Uma delas era a do senhor Cristiano Fontes. Apesar das enormes dificuldades e desafios na implementação do Reino de Deus, nem por isso os missionários desfaleceram no cumprimento do mandato de Cristo. Com o decorrer dos tempos, finalmente, Padre Luís foi habitar em Fajãzinha, numa casa emprestada. À frente da mesma casa foi edificada uma Igreja em honra de Nossa Senhora de Fátima, isso em 1949-50 com o dinheiro que lhe enviaram da Itália.
Caros irmãos e irmãs, quis falar do Padre Luís porque foi realmente o primeiro capuchinho que pôs cá os pés há bem 64 anos. De muitos outros podia falar, se as circunstâncias assim o permitissem.
Sessenta e seis anos atrás, um Bispo pedia, com angústia, que missionários viessem em socorro das ovelhas do divino Pastor. Sessenta e quatro e quatro anos se passaram quando se iniciou a missão dos irmãos capuchinhos em Cabo Verde. Mosteiros e Nova Sintra são, ex-aequo, o nosso berço. Sessenta e quatro anos depois, um outro Bispo pede, talvez com um certo à vontade, aos irmãos capuchinhos que já podem sair de onde principiaram! «Nada leveis para o caminho: nem cajado, nem alforge, nem pão, nem dinheiro, nem tenhais duas túnicas. Em qualquer casa em que entrardes, ficai lá até ao vosso regresso» (Lc 9,3-4). É chegada a hora do regresso? 
É hoje o dia de partida. Dizia um dos primeiros companheiros de S. Francisco que “morada permanente só temos no céu”. Partimos mas ficamos. É impossível não ficarmos! São 64 anos de vida em comum com as pessoas de Mosteiros! 
Partimos, não com a consciência do dever cumprido, porque, como diz o Evangelho “… quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer.’» (Lc 17, 10). Ou como dizia S. Francisco de Assis: "Irmãos comecemos, pois até agora pouco ou nada fizemos."
O Frei Luís começou sozinho. Hoje partem desta comunidade três irmãos Capuchinhos. Frei Orfeo, Frei Cassiano e Frei Filomeno: Frei Orfeo parte depois de 20 anos, Frei Cassiano e Frei Filomeno, depois de três! Os irmãos Capuchinhos depois de 64. Do Padre Luís falamos. Ele foi o pioneiro e já não se encontra entre nós. O Frei Orfeo ainda está entre nós, ainda o vemos e, se Deus quiser, por muitos anos. Igualmente os Freis Cassiano e Filomeno.
Queria neste momento render homenagem e recordar os irmãos capuchinhos que nestes longos 64 anos viveram nesta ditosa terra dos Mosteiros:

Frei Luigi Miraglio da Valdieri – (1947-1976/1982-1983)
Frei Paolino Bianco da Busca – (1947-1949)
Frei Mauro Cismondi da Busca – (1949-1953/1979-1991)
Frei Antonino Gerbaz – 1953-1954)
Frei Pier Damiani – (1953-1956)
Frei Gugliermo Alfero da Magliano – (1954-1977)
Frei Federico Cerrone da Paroldo – (1977-1979)
Frei Paulino de Andrade Pina – (1973) 
  
Frei Evaristo Schiavazzi da Busca – (1974-1978)
Frei GianFrancesco Mantovani – 1980-1982)
Frei Pedro Marcelino di Marchi – 1991
Frei Orfeo Marchesan  da Bessica – (1991-2011)
Frei Adalberto Pavan – (1983)
Frei Augusto Rosa Burgo – (1988-1989)
Frei Paulino Tavares Silva – (2006-2008)
Frei Cassiano Bottero – (2008-2011)
Frei Filomeno João Silva – (2008-2011)
Finalmente a vós que habitais esta terra queremos deixar uma palavra de gratidão por tudo aquilo que juntos vivemos e ao mesmo tempo pedimos sinceras desculpas pelo muito que não fomos capazes de fazer. Pedimo-vos encarecidamente que recebais com o mesmo afecto e dedicação aqueles que virão da parte do Sr. Bispo para vos servir. Firmem a vossa fé e redobrem a vossa esperança!
Saudações franciscanas,

Cidade de Igreja, 15 de Agosto de 2011

Frei Matias Silva, capuchinho

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Filhos de um Deus "menor"


Não é obrigatório viver como “todo-poderoso” como se fossemos seres estaminais… podemos habitar a vida colocando-nos simplesmente ao lado das pessoas e das coisas, sem a pretensão de sermos superiores e de ter nas mãos todas as soluções de todos os problemas. Podemos admitir de não termos sempre a capacidade ou a vontade de vencer. Podemos estar juntos sem pensar que somos muitos galos fechados numa pequena capoeira rivalizando-nos para conquistar um lugar no poleiro a custa de perder as penas todas. Podemos conseguir ainda somente partilhar as situações “baixas”, humildes da existência, sem fazer milagres. Podemos apresentar-nos nas relações escolhendo ser sem poder, aramados apenas da nossa pequena e normal humanidade. E talvez com um sorriso!  
Não somos uns falhados se não gastarmos a vida para nos tornarmo-nos todos, sem excepção, uns “managers”. Pode ser bonito e cativante viver e trabalhar sem deixar-se consumir pela voracidade de presidir, de comandar, de superintender, de controlar. Existem manifestações de alegria, de afecto, de calor humano que conseguimos doar uns aos outros somente quando conseguimos deixar de lado a corrente apetecível do comando, somente quando sentimos acolhidos por pessoas que não se impõe como patrão. Mais ainda: sentimos verdadeiramente reconhecidos e amados como pessoas quando alguém livremente, de boa vontade e com alegria põe-se ao nosso serviço, não tem vergonha de doar-se-nos por amor. Sem segundas ou terceiras intenções.
Estas palavras de Francisco são escandalosas para os homens e mulheres que não podem viver sem a lógica do “carreirismo”: “Os irmãos, quando se encontrem em casa de outros a servir ou trabalhar, não façam o ofício de mordomos, nem camareiros nem de administradores, nem outro qualquer ofício que dê escândalo ou cause dano à sua alma (Mc 8, 36); mas todos sejam menores e sujeitos aos demais que vivem na mesma casa.” (Regra não Bulada 7)
Podemos escolher ser filhos de um Deus que se fez menor como nos ensinam o Natal e cada Eucaristia que celebramos. 

sábado, 6 de agosto de 2011

Assim presente!

 A festa da transfiguração convida-nos a voltar o olhar à pessoa de Jesus num momento especial da sua vida terrena, no dia em que “sobre um alto monte” ele “transfigurou-se” dainte de “Pedro, Tiago e João” (Mt 17,1.2) e estes tornaram-se “testemunhas oculares da sua grandeza” (2Pedro 1,16). A tradição sempre interpretou este episódio em chave pedagógica, como um sinal oferecido aos discípulos para os suster ao impacto com a realidade e a lógica da cruz. 
Escreve um grande doutor da Igreja: “o papel principal da Transfiguração era remover do coração dos apóstolos o escândalo da cruz, para que a humildade da paixão por ele desejado não perturbasse a fé deles, sendo-lhes já manifestada em antecipação a excelência da sua dignidade escondida” (São Leão Magno). Sem dúvida trata-se de um significado que pertence à verdade deste mistério da vida de Cristo. O Senhor Jesus desejava anunciar com clareza que na sua eminente paixão de amor ele não estava perdendo a vida, mas a estava doando. Os discípulos, da parte deles, tinham certamente necessidade de “conhecer a potência e a vinda do Senhor” (2Pedro 1,16) para continuar a suportar o peso do seguimento, sem dar demasiada importância ás incompreensões e falhanços. 
Mas o Evangelho sugere também uma outra chave de leitura. A “voz” do Pia que se ouve “das nuvens” (Mt 17,5) quer fazer entender aos discípulos não só que o Filho do homem é verdadeiramente Filho de Deus, o amado, mas também que verdadeira glória consiste no acolhimento da vida como missão e como serviço. Somente que escolhe a solidariedade e a partilha com os outros conquista “um poder eterno, que não acaba jamais, e o seu reino não será nunca destruído” (Dn 7,14). De facto, próprio neste momento altamente estético, o Pai reafirma o caracter ético da vida de Jesus, pronunciando as mesmas palavras ouvidas por todos quando o carpinteiro de Nazaré mergulhou no Jordão, manifestando a decisão de uma incondicional irmandade com o homem mergulhado no pecado. Além disso a recomendação final de Jesus aos três discípulos “Não conteis a ninguém esta visão, até o Filho do homem ressuscitar dos mortos” (Mt 17,9) revela que o sentido da transfiguração pode ser plenamente entendido não somente em relação à morte mas em relação à ressurreição, quando será possível compreender onde termina a parábola de uma vida doada por amor.
A luz da transfiguração não é portanto só um bálsamo, mas também um convite: “escutai-o”. Aqueles que no Filho se sentem chamados a tornarem-se filhos devem abraçar a mesma lógica de obediência em que está toda a “complacência” do Pai, para serem depois “transformados naquela mesmíssima imagem de glória em glória, segundo a acção do Espírito do Senhor” (2Cor 3,18). Diante de um mistério assim atraente, não nos resta que escutar a recomendação de um luminoso testemunha do Evangelho que pode ressoar em nós como um doce convite: “Grande miséria e miserável debilidade, quando o tendes tão presente e vós buscais alguma outra coisa em todo o mundo”. (São Francisco de Assis, Carta a toda a Ordem 25)  

Atualidade

O carinho do Papa Francisco que irrita muitos padres

É uma coisa maravilhosa mas, por exemplo, também João Paulo II foi à cadeia encontrar o seu assassino Ali Agca. Mas desta vez, aposto, ...

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