quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Bom Ano 2012

Com qual atitude devemos olhar para o novo ano? No salmo 130, encontramos uma imagem muito bela. O salmista diz que o homem de fé aguarda pelo Senhor « mais do que a sentinela pela aurora » (v. 6), aguarda por Ele com firme esperança, porque sabe que trará luz, misericórdia, salvação. Esta expectativa nasce da experiência do povo eleito, que reconhece ter sido educado por Deus a olhar o mundo na sua verdade sem se deixar abater pelas tribulações. Convido-vos a olhar o ano de 2012 com esta atitude confiante. É verdade que, no ano que termina, cresceu o sentido de frustração por causa da crise que aflige a sociedade, o mundo do trabalho e a economia; uma crise cujas raízes são primariamente culturais e antropológicas. Quase parece que um manto de escuridão teria descido sobre o nosso tempo, impedindo de ver com clareza a luz do dia. Mas, nesta escuridão, o coração do homem não cessa de aguardar pela aurora de que fala o salmista. Oh vós todos, homens e mulheres, que tendes a peito a causa da paz! Esta não é um bem já alcançado mas uma meta, à qual todos e cada um deve aspirar. Olhemos, pois, o futuro com maior esperança, encorajemo- nos mutuamente ao longo do nosso caminho, trabalhemos para dar ao nosso mundo um rosto mais humano e fraterno e sintamo-nos unidos na responsabilidade que temos para com as jovens gerações, presentes e futuras, nomeadamente quanto à sua educação para se tornarem pacíficas e pacificadoras! Apoiado em tal certeza, envio-vos estas reflexões que se fazem apelo: Unamos as nossas forças espirituais, morais e materiais, a fim de « educar os jovens para a justiça e a paz ». (Extracto da mensagem do Papa para o Dia mundial da paz 2012)

sábado, 24 de dezembro de 2011

Um menino envolto em panos!

“Não temais, porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura”. Somente a contemplação pode simplificar a nossa oração para chegar a constatar a profundidade do cenário e do sinal que nos é dado. Uma manjedoura, um menino, Maria em contemplação, José meditando: “na verdade tu és um Deus misterioso!”. O Pai, somente Ele conhece o Filho, nos concede reconhece-lo para o podermos amar e imitar. Nenhum aparato exterior, nenhuma consideração, na aldeia tudo é indiferente. Só alguns pastores, uns marginalizados da sociedade… E tudo isto de livre vontade: “Ele escolheu a pobreza, a nudez. Desprezou a consideração dos homens, aquela que provém da riqueza, do esplendor, da condição social”. Nenhum aparato, nenhum esplendor exterior. No entanto ele é o Verbo que se faz carne, a luz revestida de um corpo. Ele encontra-se no mundo que ele mesmo continuamente cria e recria, mas nos é escondido. Porque aparece-nos apenas escondido? Ele até então era, segundo a expressão de Nicolas Cabasilas, um rei em exílio, um estrangeiro sem cidade, e eis que regressa à sua morada. Porque a terra, antes de ser a terra dos homens, é a terra de Deus. E, regressando, reencontra esta terra criada por ele e para ele. “Deus se fez portador de carne para que o homem pudesse tornar-se portador de espírito”, diz Atanásio de Alexandria.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Graça e serviço!




Neste quarto domingo do Advento, a Igreja, as comunidades cristãs e cada um dos cristãos em particular, são convidados a reavivar, através do recolhimento, da contemplação e da acção de graças a consciência da “largura e cumprimento, da altura e da profundidade” (Ef 3, 18) do mistério do nascimento do Senhor. Um “mistério” que esteve sempre encoberto em Deus, um projecto que abrigava o seu coração. Ninguém teria podido conhecê-lo nem sequer suspeitar da sua existência, apesar das promessas constantemente repetidas pelos profetas, que mantinham viva nos homens a esperança da salvação.
Recorde-se especialmente o oráculo que o profeta dirigiu a David, e cuja tradição criou uma imagem prestigiosa do messias esperado. Ao rei que, pela sua piedade, queria construir um templo, o Senhor prometeu “uma casa e uma realeza que permanecerão para sempre”. De maneira imediata, tratava-se da certeza de longos anos de prosperidade e de paz para o povo. Contudo, a solenidade do anúncio de uma intervenção pessoal de Deus fazia pressentir uma iniciativa divina de uma ordem totalmente diferente, ou seja, referente à salvação. Mas isso continuaria a ser o “segredo” de Deus. Por fim, revelou-o, quando chegou o tempo e o momento que sabiamente havia prefixado. À luz da vinda do Senhor desvenda-se o sentido e o alcance plenos deste oráculos e de todos os outros. Ao mesmo tempo, estes ajudam a compreender que “a Deus nada é impossível” que a sua graça supera infinitamente todas as nossas esperanças e que a sua omnipotência se manifesta na fidelidade.
Deus não escolhe um rei para realizar o seu maravilhoso desígnio, oculto desde os séculos antigos, mas antes uma jovem humilde, uma virgem da aldeia desconhecida de Nazaré. E envia-lhe, não um profeta, mas seu anjo, para lhe transmitir a mensagem mais extraordinária: “hás de conceber e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á filho do altíssimo. O Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai, David.” Ao que Maria responde: “Eis a serva do Senhor.”
O maior dos mistérios realiza-se com a maior simplicidade. “Glória a Deus, o único sábio, por Jesus Cristo e para sempre”

(Missal quotidiano da Paulus)

sábado, 10 de dezembro de 2011

Voz que clama!



As leituras do 3º Domingo do Advento garantem-nos que Deus tem um projecto de salvação e de vida plena para propor aos homens e para os fazer passar das “trevas” à “luz”.
Na primeira leitura, um profeta pós-exílico apresenta-se aos habitantes de Jerusalém com uma “boa nova” de Deus. A missão deste “profeta”, ungido pelo Espírito, é anunciar um tempo novo, de vida plena e de felicidade sem fim, um tempo de salvação que Deus vai oferecer aos “pobres”.
O Evangelho apresenta-nos João Baptista, a “voz” que prepara os homens para acolher Jesus, a “luz” do mundo. O objectivo de João não é centrar sobre si próprio o foco da atenção pública; ele está apenas interessado em levar os seus interlocutores a acolher e a “conhecer” Jesus, “aquele” que o Pai enviou com uma proposta de vida definitiva e de liberdade plena para os homens.
Na segunda leitura Paulo explica aos cristãos da comunidade de Tessalónica a atitude que é preciso assumir enquanto se espera o Senhor que vem… Paulo pede-lhes que sejam uma comunidade “santa” e irrepreensível, isto é, que vivam alegres, em atitude de louvor e de adoração, abertos aos dons do Espírito e aos desafios de Deus.

(www.dehoneanos.org)

domingo, 4 de dezembro de 2011




O tempo do Advento marca o começo do Ano Litúrgico e prepara para a celebração da festa do Natal. É preciso ter em conta estes dois aspectos para compreender bem o sentido e a importância do primeiro período do calendário litúrgico.
Efectivamente, poderíamos ficar desconcertados ao verificar que é preciso esperar até ao quarto domingo que, às vezes, cai na véspera do Natal, para ver que, finalmente, a liturgia evoca os factos relacionados com o nascimento do Senhor: vocação e missão de José relativamente a Maria e ao menino que Ela trazia no seio; visitação de Nossa Senhora a Isabel, mãe de João, o Percursor. Dá a sensação de que nos esquecemos dele e que, repentinamente, a liturgia se lembra de que o Advento precede imediatamente a celebração do Natal de Jesus, “na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes” (Mt 2,1).
No primeiro domingo, todos os textos proclamados evocam a manifestação do Senhor no fim dos tempos e a urgência da preparação para este final da história dos homens na terra. No segundo e terceiro domingos, é a voz de João Baptista que ressoa, exortando a preparar os caminhos do Messias anunciado pelas Escrituras. Pois bem, esta evocação remete para o ministério público de Jesus, para a missão da Igreja e para a pregação do Evangelho. Tudo isto demonstra, com bastante evidência, que o horizonte do Advento não se limita ao nascimento do Menino Jesus em Belém, considerado como acontecimento isolado. Embora não tenha precedentes e seja um facto único, situa-se na trama ininterrupta de salvação, desde as suas origens até ao seu pleno cumprimento.
Para captar o verdadeiro sentido e a importância decisiva do nascimento do Filho de Deus na nossa carne é necessário considerá-lo numa continuidade dinâmica com as sucessivas manifestações do Senhor. Já antes tinha vindo de muitas formas e, agora, fez-se homem, ultrapassando o imaginável das expectativas milenárias dos séculos; vem hoje e voltará um dia na sua glória. O tempo do Advento celebra esta tripla vinda de Jesus. As poucas semanas que precedem a festa do Natal constituem uma importante iniciação ao mistério insondável da incarnação que desde então é o âmbito em que vivemos na fé e na esperança.
O tempo do Advento é também uma notável e frutuosa introdução no mistério, no “sacramento”, do Ano Litúrgico. Deus esteve sempre presente no mundo para fazê-lo chegar a sua salvação. Contudo, “no período final em que estamos” (Hb 1,2), tornou-se presente entre nós através de Cristo e do seu Espírito. Por força da mediação dos sinais eficazes - Palavra, Liturgia e Sacramentos - participamos, aqui e agora, tal como somos, pessoalmente e na Igreja, na salvação que, dia após dia, chega ao mundo.
Por conseguinte, nenhum tempo litúrgico é semelhante aos que já o precederam e já se viveram. Cada celebração não é simplesmente recordação ou comemoração de um acontecimento do passado, mas encontro singular entre Deus que salva e a assembleia, por modesta que seja, reunida ao Seu convite e em Seu nome. Deus actua sempre de maneira nova, inédita, inédita e surpreendente. Por outro lado, nós vamos a esse encontro com disposições e necessidades que variam constantemente. A fé, a esperança, a aridade, a fidelidade ao chamamento do Senhor, a generosidade, tudo o que nos estabelece diante de Deus está em mudança contínua, para melhor ou para pior. Não caminhamos sempre com um passo uniforme por uma rota escolhida de uma vez para sempre e sem nunca nos desviarmos. Portanto, tudo contribui para que cada Ano Litúrgico seja realmente novo.

Na primeira vinda, o Senhor veio em carne e debilidade; nesta segunda, em espírito e poder; e, na última, em glória e majestidade. Esta vinda intermédia é como que uma senda por que se passa da primeira para última: na primeira, Cristo foi nossa redenção; na última, aparecerá como nossa vida; nesta é o nosso descanso e o nosso consolo. (São Bernardo, Homilia sobre o Advento)

Missal Quotidiano - Paulus 2010

Atualidade

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É uma coisa maravilhosa mas, por exemplo, também João Paulo II foi à cadeia encontrar o seu assassino Ali Agca. Mas desta vez, aposto, ...

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