São Tiago

A pergunta da mãe dos filhos de Zebedeu que se prostrava diante de Jesus com os seus dois filhos, Tiago e João, reflecte a ambiguidade com que o povo e os discípulos, inclusive aqueles que foram escolhidos - os doze -, compreendem Jesus, a sua pessoa e a sua mensagem, e o que significa segui-lo. Eles pedem um lugar de influência na política, um poder no mundo. A resposta de Jesus os força a uma mudança radical de prospectiva em relação a ele. Eles declaram-se dispostos a beber o cálice que ele mesmo deve beber. Trata-se de um reino, aquele que Jesus anuncia, que se encontra completamente nas mãos do pai e que se alcança com um caminho de dor e de paixão. Não qualquer paixão ou dor, mas a paixão e a dor do Filho, de Jesus. Para entrar neste reino, no reino do Pai, não basta beber o cálice mas é necessário beber do cálice de Jesus.
Os outros dez não têm uma opinião sobre Jesus diferente desta da mãe e dos filhos de zebedeu. Reagem com indignação e ciúmes. Todos pretendem o primeiro lugar ao lado daquele que esperam vir a ser o futuro rei de Israel. A lição que Jesus dá aprofunda até ao extremo o conteúdo paradoxal da acção libertadora- incompreensível para os homens, inefavelmente luminosa vista segundo o amor de Deus -: “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos”. Daqui nasce a exigência fundamental de quem quer ser seu discípulo: a exigência do serviço que vai até ao dom da vida pelo Mestre e pelos irmãos.
Tiago, filho de Zebedeu assimilou a lição, rapidamente e de modo heróico. Foi o primeiro dos apóstolos a beber o cálice do Senhor. A sua primeira testemunha.

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