terça-feira, 15 de março de 2011

Uma oração sem retórica

O Pai Nosso é uma maravilhosa oração por causa da sua sobriedade: não há uma palavra a mais nem inúteis adjectivos. Já o sábio Qohelet dizia que a oração deve ser de poucas palavras. Poucas, mas verdadeiras. A que serve multiplicar as palavras? As palavras inúteis e a mais cansam a Deus e aos homens.
De facto Jesus ensinou o Pai Nosso exactamente para contrapor-se às intermináveis orações dos pagãos: “porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos ”.
O Pai Nosso é uma oração de pedidos, não de louvor, nem de agradecimento. Simplesmente de pedidos. E isto é esplendido!
Pensamos - às vezes - que a oração de pedidos é mais humilde, a mais interesseira das orações, num certo sentido até indigno do homem maduro na fé. Talvez! Eu, porém, pessoalmente penso que a oração de pedidos é a mais verdadeira de todas as outras. É aquela que fotografa o homem nas suas mais reais dimensões: o perigo, a impotência, o medo e a miséria.
Próprio porque é uma oração de pedidos, somente de pedidos, o Pai Nosso é a oração do homem. Porém do homem autêntico, simplificado, que pede as coisas necessárias, não coisas inúteis e pesados, não coisas a mais: o Reino de Deus, o pão de cada dia, o perdão, a vitória sobre o mal.
As necessidades do homem são muitos. Ao menos assim pensamos nós. O Pai nosso, porém, indica somente três: o pão para cada dia, o perdão dos pecados, a força para vencer o mal. Porque estas três e não outras? Evidentemente porque o Pai Nosso as considera essências e suficientes.
Com esta escolha a oração de Jesus nos convida a um esclarecimento da nossa vida: diz-nos quais são as verdadeiras necessidades, convidando-nos e preocupar-nos com estas e a deixar estar as outras porque inúteis, pensantes e superficiais.
Veja AQUI o video sobre a oração

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