sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Bom 2011 e obrigado!



Para aumentar os nossos anos já vividos temos a graça de agora acrescentar também 2010 que como os anos precedentes trouxe consigo recordações, factos, acontecimentos que tocaram a nossa vida: ocasiões de bem que provavelmente tivemos modo de acolher e valorizar, outras que, talvez, deixámos cair no nada e agora lamentamos um pouco.
Seguramente o ano 2010 também trouxe consigo o nosso infinito desejo de bem e muitas vezes a nossa impotência em realizar completamente tal desejo. Colocamos tudo diante dos olhos de Deus. O nosso íntimo nos nos diz, com clareza e verdade, como vão as coisas autenticas da nossa vida.
Mais passam os anos, mais nos consciencializamos que o tempo não é somente implacável em escandir os dias mas é também portador das várias intervenções de Deus em vista á eternidade.
Este é o tempo favorável para abrirmos o coração aos irmãos para aliviar a dor, para oferecer a todos a esperança e para que sinta amados de amor eterno. É também urgente para nós hoje aquele convite: “Vai e repara a minha casa…”. O tempo que nos é dato deve transformar-nos sempre mais em autênticos e coerentes “reparadores” daquela “casa” que é também nossa e que muitas vezes vai em ruínas porque não fazemos a nossa parte e não temos consciência de sermos “pedras vivas”.
Obrigado de coração a todos quantos seguiram com extraordinária paixão a iniciativa POÇO DA PALAVRA. Para o novo ano pensamos de dar um salto de qualidade. Continuaremos a produzir as nossas partilhas semanalmente, publicaremos assiduamente post com conteúdos formativos e informativos, publicaremos outros videos que contam as maravilhas de Deus mas, sobretudo, o POÇO DA PALAVRA, continuará a ser o nosso lugar de encontro com a Palavra de Deus e entre nós para partilharmos a beleza de sermos crentes e Jesus de Nazaré, nosso irmão e senhor. O POÇO será a nossa casa, a nossa fraternidade. Obrigado a todos e bom 2011! Paz e bem!

sábado, 25 de dezembro de 2010

Sagrada Família



Segredo de família... Qual é o segredo desta família chamada “santa”? Primeiro, a confiança. Maria tem confiança depois de ter posto a questão: “como será isso?” José tem confiança e recebe Maria. Jesus tem confiança ao consagrar-se às coisas do seu Pau. E, depois, a fidelidade. “Maria guardava todas estas coisas no seu coração e meditava-as”. José levanta-se quando o Senhor lhe pede e ensina a Jesus o ofício de carpinteiro. Jesus fará da vontade do Pai o seu alimento. Não há qualquer outro segredo da santidade: tornamo-nos santos no quotidiano da vida! www.dehonianos.org

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Bom Natal!



Eis-nos com a graça de Deus a celebrar na fé e na alegria mais um Natal do Senhor. Chegámos aqui depois de quase um mês de preparação em que a Palavra de Deus nos instruía para que esta não fosse um simples Natal de consumo e de imagens mas fosse um verdadeiro encontro e conformação com aquele que se dignou assumir a nossa condição humana.
Vivemos num tempo e numa sociedade frenética, escrava da imagem e do consumo. Nos telejornais não se fala outra coisa senão das ultimas correrias para o ultimo shoping antes da vigília para que à hora certa debaixo da arvore todos possam encontrar a confecção justa. Também nós cristãos, vivendo neste tempo, consciente ou inconscientemente caímos nesta rotina que empobrece a extraodinaridade do mistério do Natal. Chegámos ao Natal cansados, ou, para usar um termo moderno, stressado.
Este Natal consumista e moralizada (é Natal temos que ser melhores, temos que fazer algum bem) aumenta ainda mais as injustiças que já laceram o nosso mundo e obscura a verdadeira solidariedade que devia ser uma característica nossa durante todo o ano.
Com o Natal começa para a humanidade um aventura de luz e de alegria, como sugere o capítulo 9 de Isaías. Deus se une à história do homem, ou melhor, à carne do homem. Na carne Deus encontra a sua “tenda de encontro” com o homem. A história, o tempo, o espaço, as coisas, o homem adquirem finalmente um sentido porque neles se insere a Palavra, o projecto eterno de Deus. A pessoa de Jesus é uma grande mensagem de Deus à humanidade, uma mensagem que dá sentido e substância ao nosso existir. O espaço, o tempo, as coisas e o homem adquirem sentido e são decisivamente orientados aos “novos céus e à nova terra”.
Queria augurar de coração a todos os que acompanharam-me durante este ano aqui no http://poco-da-palavra.blogspot.com um sereno e santo Natal do Senhor. Obrigado a todos. Paz e bem!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Zacarias, o mudo que fala de Deus!


"Entretanto, chegou o dia em que Isabel devia dar à luz e teve um filho. 58 Os seus vizinhos e parentes, sabendo que o Senhor manifestara nela a sua misericórdia, rejubilaram com ela. 59 Ao oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome do pai, Zacarias. 60 Mas, tomando a palavra, a mãe disse: “Não; há-de chamar-se João.” 61 Disseram-lhe: “Não há ninguém na tua família que tenha esse nome.” 62 Então, por sinais, perguntaram ao pai como queria que ele se chamasse. Pedindo uma placa, o pai escreveu: “O seu nome é João.” (Lc 1,57-63)

O versículo 62 deste texto bem conhecido apresenta, aparentemente, uma dificuldade de interpretação. Em Lc 1,20 lemos: Vais ficar mudo, sem poder falar, até ao dia em que tudo isto acontecer, por não teres acreditado nas minhas palavras, que se cumprirão na altura própria. A tradução deste versículo pode começar de outro modo: Vais ficar em silêncio e sem capacidade (força) para falar. Não é absolutamente linear que o verbo siwpáw signifique apenas ficar mudo. A tradução mais exacta é a de ficar em silêncio… e tanto está em ou no silêncio, quem não fala, como quem não ouve. Seja como for, a partir deste versículo temos contextualizada a situação de Zacarias, ou seja, o “castigo” pela sua falta de fé, por não acreditar no anúncio do Anjo – ao considerar impossível que Deus lhe desse um filho na velhice.

Mudo, ou em silêncio?

A acusação do Anjo – o motivo do “castigo” – é por não teres acreditado (Pisteúw, em grego) e, pior ainda, por não teres acreditado que havia de cumprir-se (Plêrwthêsontai) tudo o que devia acontecer no tempo oportuno.
É uma acusação gravíssima. O verbo plêrów (cumprir-se), é usado no Novo Testamento com o significado concreto do cumprimento das profecias, do tempo, da intervenção de Deus na História. O Anjo acusa Zacarias da pior forma de sedição contra Deus, ao pôr em causa a sua Palavra; pior ainda, ao “desconfiar” d´Ele, ao não ser capaz de acreditar, de conhecer, de chegar ao da’at.
Por isso, o castigo é o do silêncio, quer seja o silêncio do som, quer seja o da palavra. Porque duvida, Zacarias fica condenado a não poder comunicar. O verbo usado no v. 62 é siwpáw, ficar em silêncio, tanto no sentido de não poder falar, como no de não poder ouvir. Acima de tudo, no sentido de não poder entender…
Curiosamente, a discussão do mundo greco-romano e do mundo rabínico da Mishnah e do Talmud, que afloramos mais adiante, vai centrar a sua atenção na capacidade ou incapacidade de o mudo, ou o surdo ou o surdo-mudo, entender, perceber, acreditar, ter ou não ter capacidade de chegar ao “conhecimento”, da’at.
A partir do que se afirma em Lc 1,62 ficamos sem saber exactamente se Zacarias ficara só mudo, ou surdo-mudo tal como o v. 62 dá a entender ao afirmar que, ao atribuírem o nome a João, os circunstantes comunicaram com ele por sinais (enéneuon)… Ora se ele tivesse ficado só mudo, a linguagem gestual, porventura utilizada, era absolutamente desnecessária.
Então, em que ficamos? Era mudo, surdo-mudo, ou apenas com “mau feitio”, ao ponto de rejeitar a possibilidade de o filho poder usar o mesmo nome que ele?
Como o leitor já deve imaginar, no texto há muito mais “miga” para além das palavras. Vamos por partes, sem entrar demasiado em detalhes tecnicistas que façam perder o fio à meada ou, pior ainda, voltar a página…

A influência greco-romana
Uma das frases nunca demasiadamente recordadas, é que “a Bíblia nasceu da vida”. Aqui, mais uma vez, este aforismo torna-se verdade.
A cultura hebraica moveu-se no ambiente greco-romano. Este, embora sem conseguir abafá-la, influenciou-a com alguns elementos que deixaram nela a sua marca. E, para entender a comunicação com Zacarias por sinais, temos de alargar o horizonte de referência até esse ambiente greco-romano da época.
Aquele mundo civilizacional não tinha lugar para o “diferente” (o nosso também não, mas disfarça muito melhor…). Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.), só para citar dois pensadores gigantes da cultura grega, defendiam o infanticídio para “limpeza étnica”, como uma forma de piedade para com o deficiente, a sua família e a sociedade, que se “livravam” assim de um “peso”.
Fechando mais o nosso campo de atenção, chegamos à deficiência da comunicação no caso dos surdos, dos mudos e dos surdos-mudos, cuja diferenciação não era muito clara em termos de tipologia. O entendimento de base era, contudo, bastante simples.
Numa sociedade que privilegiava, quase até ao endeusamento, a capacidade de argumentação oral como forma suprema de cultura, arte e filosofia, quem possuísse uma deficiência era remetido à cidadania de segunda classe. Daí os surdos-mudos, os doentes mentais, os imbecis e os menores serem colocados nas mesmas circunstâncias quanto ao respeito social.
A Tábua número IV das famosas Doze Tábuas (450-449 a.C.) do corpus legislativo romano, que está na base do Direito, dava ao chefe de família (pater famílias), direito absoluto de vida ou de morte: «Mata rapidamente qualquer criança que nasça deformada.»
Este direito vai desaparecer a partir do séc. II a.C., e logo no séc. III d.C. abandonar uma criança já era considerado crime. Mas ainda hoje, nalguns países de cultura muçulmana e em certas regiões da Índia, muitas crianças do sexo feminino são mortas à nascença por motivos económicos: porque o dote avultado, que é preciso dar à filha para ela conseguir marido, é um encargo insuportável.

No mundo hebraico
No mundo hebraico, ainda que não imune a este tipo de considerações do ambiente social greco-romano reinante, o “diferente” e os “deficientes” em geral, pelo menos ao nível da “classe pensante”, tinham um tratamento completamente diverso.
Ao nível da “consciência popular”, tanto a doença, como sobretudo a deficiência física e/ou mental, eram consideradas castigo de Deus (ver os discursos dos amigos de Job); ou, mais benevolamente, o resultado de uma possessão demoníaca.
Mas a Mishnah está repleta de referências que vão numa linha diferente. O infanticídio, por exemplo, está completamente fora de questão. «Quem destruir uma simples alma…, diz a Escritura, é como se destruísse o mundo inteiro; quem salvar nem que seja uma só alma…, salva o mundo inteiro…Diante do diferente, ou do deficiente, proclama a grandeza do Santíssimo…porque um homem pode cunhar muitas moedas a partir da mesma forma e elas são todas iguais, mas o Rei dos Reis, o Santíssimo… marcou cada ser humano com o selo de Adão, e nenhum deles é igual ao outro…» (Mishnah Sinédrio).
Este é o ambiente que enforma o pensamento oficial do judaísmo rabínico acerca da relação com a deficiência em geral, para chegar à Mishnah Gittin, cap. 5, secção 7 e percebermos que é nela que Lucas bebe a sua inspiração do ambiente cultural reinante. Mas a concepção da doença, e sobretudo da deficiência como “castigo pelos pecados”, fica a dever-se às elucubrações do judaísmo mais tardio.
O Talmud de Jerusalém, por exemplo, vai na linha de uma aceitação não muito imediata, sobretudo das deficiências adquiridas depois do nascimento, como simples resultado da «variedade do Criador»…

Surdo, mudo e surdo-mudo
O mundo hebraico, como o greco-romano, não faz uma separação muito clara entre o surdo, o mudo e/ou o surdo-mudo. Para o mundo greco-romano, quem padecesse de uma limitação destas era como se padecesse das duas.
Numa civilização em que a capacidade da oratória estava sobrevalorizada, ser incapaz de ouvir, ou de falar, ou de ambas as coisas, significava ser incapaz de entender, perceber, ter inteligência, poder tomar parte na vida da polis – significava ser proscrito! Segundo Aristóteles, quem fosse incapaz de ouvir, nunca seria capaz de desenvolver a sua inteligência; logo, era um proscrito.
Por influência greco-romana, a língua hebraica refere, em associação, três categorias de pessoas: cheresh, shoteh e ka-an; ou seja, o surdo-mudo, o doente mental e o menor. Embora com algumas oscilações, o pensamento judaico dominante é de que o cheresh tem capacidade de da’at; ou seja, que ser surdo-mudo não é sinónimo de ser incapaz de pensar e de querer.
A Mishnah Gittin 5,7 afirma: «Um surdo-mudo (cheresh) pode fazer negócios por sinais e comunicar por sinais. Ben Bathyra diz que pode fazer negócios e comunicar pelo movimento dos lábios e por gestos, em assuntos que têm que ver com os seus bens móveis.» M. Yevamot (14,1) diz: «Tal como o surdo-mudo se casa por gestos e se pode divorciar por gestos, e uma vez que todas estas actividades requerem a inteligência e o uso da razão, os surdos-mudos têm acesso ao conhecimento (da’at).»

Porquê João, e não Zacarias?
Como vimos, a diferença entre o surdo, o mudo e o surdo-mudo, para efeitos práticos não existia; pelo que a comunicação por sinais e por escrito, ainda que o “doente” fosse capaz de falar, era normal e admissível. Logo, Lucas não “erra” ao afirmar que as pessoas comunicaram com Zacarias por gestos e sinais; nem há contradição no facto de Zacarias, podendo eventualmente falar, ter escrito o nome de João numa placa.
Por outro lado, se Zacarias “não deixa” que o seu filho se chame também Zacarias, não é por “mau feitio”. Na mentalidade semita, todos os nomes encerram uma missão; e este menino não era “um Zacarias” qualquer. Zacarias significa «Deus recordou-se», lembrou-se. Este menino é muito mais do que isso: é João, é misericórdia de Deus, é graciosidade de Deus, é resposta de Deus! Não é só “memória”; é uma esperança de presente que aponta a certeza do futuro e sobretudo da continuidade da misericórdia (hesed) de Deus na História; que aponta o Emanuel, o Deus Connosco!

Frei Fernando Ventura (www.capuchinhos.org)

domingo, 19 de dezembro de 2010

Começar 2011 com um segundo em oração


Frade franciscano apela a uma «elevação espiritual» que toque «todos os povos», sem a «euforia neurótica» que marca a passagem de ano.


O frei Fernando Ventura quer que o primeiro instante de 2011, um segundo, seja dedicado à comunhão espiritual com todas as pessoas do planeta, independentemente das suas convicções religiosas.
“A ideia é de que, à medida que o novo ano fosse entrando em cada fuso horário, houvesse alguém com vontade de sair de si, em oração, independentemente da sua sensibilidade religiosa”, promovendo “acima de tudo um encontro de humanidade”, explica o religioso católico à Agência ECCLESIA.
O biblista pretende que o início de 2011 constitua, do “Oriente ao Ocidente”, uma “elevação espiritual” que possa “tocar todos os povos”, incluindo as “sensibilidades não religiosas” que “partilham o ser pessoa”.
A iniciativa ambiciona fazer “de uma nova década o início de um novo ciclo, aumentando a consciência universal da necessidade absoluta de ir para além das fronteiras religiosas, percebendo que Deus não tem religião nem limites filosóficos”, diz Fernando Ventura.
A proposta nasceu de um desafio deixado na página do Facebook do franciscano capuchinho por Abraão Rafael, que o religioso ainda não conhece pessoalmente, mas que acredita, pelos contactos que tem estabelecido, não “vir do mundo cristão”.
“É uma provocação o mais possível”, acentua frei Fernando Ventura, que qualifica de “meteórica” a adesão registada naquela rede social da Internet poucas horas após a apresentação da ideia, que em 2011, diz, será uma espécie de “ensaio geral”.
O animador bíblico admite que a proposta “pode provocar algumas reacções epidérmicas de alergia”, mas ainda assim já a levou à hierarquia da Igreja: o sacerdote sugeriu a D. Carlos Azevedo, bispo auxiliar de Lisboa, que a Conferência Episcopal Portuguesa aderisse à iniciativa e o prelado “disse imediatamente que sim”.
O religioso de 51 anos admite que um segundo “não é de todo suficiente, mas é um primeiro passo”: “Não podemos pedir demais. Para o ano vamos pedir dois…”, diz.
“O ser um segundo é uma provocação. É evidente que não chega. Mas devagarinho, talvez consigamos passar uma mensagem diferente, que não seja só a do Natal ‘made in China’ [fabricado na China] ou da euforia neurótica dos gritos dos primeiros momentos do ano”, sublinha.
A iniciativa tem também como objectivo purificar as crenças religiosas de concepções que instigam a guerra: “Penso que estamos no tempo de matar as religiões que matam”, frisa frei Ventura, para quem a actual “crise das religiões” é “querida por Deus”.
“Uma relação de fé com Deus implica uma relação de intimidade com os outros”, pelo que as religiões têm deixar de ser “combustível” para conflitos que não são mais do que políticos, defende.
Fernando Ventura fala de um “casamento de Deus com a História” para evocar a tradição judaico-cristã que salienta o desejo de harmonia e comunhão entre o divino e todas as culturas.
Nas primeiras linhas do Génesis, livro que abre a Bíblia, “Deus começa solteiro”, manifestando-se num “espírito que paira sobre a superfície das águas”, e na última linha do Apocalipse, texto que encerra a Escritura, descreve-se “o encontro final” entre Deus e a humanidade, sintetiza o religioso.

sábado, 18 de dezembro de 2010

A obediência da fé!



Aos homens perdidos, Deus oferece a sua presença. O Povo de Deus estava perdido, esperava o Messias prometido pelos Profetas e não O via chegar. Maria e José estavam perdidos, porque não havia lugar para eles. Os pastores estavam perdidos, eram excluídos em toda a parte. Os Magos estavam perdidos, não sabiam onde devia nascer o Messias. E eis que Deus oferece a sua presença: Ele é o Emanuel, Deus connosco! Depois do Natal, ninguém está totalmente perdido. A solidão total não existe mais. Deus está sempre presente. Mas é necessário que os seus mediadores manifestem esta presença. Se estamos perdidos, estendamos a mão para conseguirmos agarrar outra. Se encontrarmos um irmão perdido, estendamos a mão para que Natal seja verdadeiramente Natal para ele e ele saiba que Deus está bem presente entre os seus. (www.dehonianos.org)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

João, mais do que profeta!

Hoje mais uma vez o Evangelho nos propõe a figura de João, o Batista. Jesus exalta a sua grandeza. grandeza que não consiste somente na sua austeridade de vida e na força do seu caracter, mas grandeza que deriva da sua disponibilidade em preparar a estrada do Messias. Assim, depois que os discípulos de João Batista partiram, Jesus tece elogios a este profeta diante de toda a multidão. Diz que João é mais do que um profeta, porque ele veio para preparar o caminho do Messias. Nesse sentido, poderíamos dizer que cada crente e toda a comunidade cristã é um pouco como o Batista, isto é, devem preparar os corações para receber Jesus. O discípulo, de fato, não vive para falar sobre si mesmo e sobre as suas empresas, e nem mesmo para fazer valer as suas ideias ou convicções. Toda a vida do discípulo é ao serviço do Evangelho. Ele trabalha para que o Evangelho chegue aos confins da terra, toque o coração dos homens para se converterem a Deus. Aos discípulos e às comunidades cristãs é pedido de continuar a mostrar ao mundo Jesus, dizendo: ". Eis o Cordeiro de Deus". É necessário dizê-lo com palavras e o testemunho de vida, tal como fez Batista com Jesus.
 

domingo, 12 de dezembro de 2010

Alegria Cristã!



Aos homens que reconhecem a sua fragilidade, Deus manifesta o seu poder. Não é frequente reconhecermos os nossos desvios, os nossos erros, a nossa fragilidade, a nossa vulnerabilidade. Porém, isso seria reconhecer simplesmente a nossa humanidade... Os pais não se desonram ao reconhecer diante dos seus filhos que se enganaram. A Igreja não se rebaixa ao reconhecer os seus erros do passado; ao contrário, eleva-se. Os cristãos não se entristecem ao reconhecer o seu pecado; ao contrário, dão a Deus a alegria de os perdoar. Deixemos Deus manifestar o seu poder, concedendo-nos o seu perdão! Basta que nos reconheçamos frágeis. E então a nossa fragilidade mudar-se-á em força. De frágeis tornar-nos-emos fortes, fortes de ser amados. (www.dehonianos.org)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A perfeita alegria!

Advento é tempo de alegria.
O Senhor está perto! O Senhor está no meio de nós!
O Senhor está dentro de nós.
Isso mesmo é o que afirmamos com o nosso «entusiasmo» 
(= Deus dentro).
Com Deus dentro de nós, tornamo-nos abertos à Esperança e à Surpresa, atentos aos Outros e à Criação,
confiantes na Bondade e na Ternura, semeadores de Alegria e de Beleza, construtores de Paz e de Justiça.
E um Mundo outro é possível.

Este terceiro Domingo do Advento é chamado o «Domingo da Alegria». 
Logo a abrir a celebração, escutamos o apelo do Apóstolo Paulo: «Alegrai-vos sempre no Senhor»  (Fl 4,4). 
Em latim: «Gaudete in Domino».

Na sua mais recente  Exortação Apostólica
(Verbum Domini), o papa apresenta-nos a relação íntima
entre «a Palavra e a Alegria». Transcrevo algumas linhas:

«O anúncio da Palavra cria comunhão e gera a alegria.
Trata-se de uma alegria profunda que brota do próprio coração 
da vida trinitária e é-nos comunicada no Filho.
Podem-se organizar festas, mas não a alegria. 
A alegria é fruto do Espírito Santo, que nos permite entrar na Palavra e fazer com que a Palavra divina  entre em nós e frutifique para a vida eterna.
Anunciando a Palavra de Deus  na força do Espírito Santo,
queremos comunicar também a fonte da verdadeira alegria.»
(VD nº 123)


Frei Acílio Mendes, Capuchinho

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

diacono do amor!


No passado dia 7 fui, durante uma celebração muito participada e bela, ordenado diácono. O meu ministério agora implica o compromisso de anunciar a Palavra de Deus, colaborar com o bispo e com os presbíteros da Igreja e estar atento à necessidade dos irmãos sobretudo os pobres e marginalizados. Meditando estes compromissos, cheguei à conclusão que, na verdade, toda a vida cristã deve ser diaconal e que tendo eu consagrado toda a minha vida a Deus e aos irmãos, a minha existencia tornou-se, de maneira estável, uma existência diaconal. 
São Francisco de Assis, dizem, também foi diácono. O diaconado nasceu na Igreja primitiva como um "serviço às mesas" dos pobres, não tanto como um serviço à mesa do Senhor "(cfr. 1Cor 11,21). "Não é bom, disseram os doze, transcurar a palavra de Deus para servir às mesas" (Atos 6:2). Na segunda narração da multiplicação dos pães, os restos foram recolhidos em "sete" cestos, como na primeira narração em "doze" cestos, dois números simbólicos que querem lembrar o ministério dos apóstolos e dos diáconos (cf. Mc 8,8, 6,42).
Os diáconos não são mencionados nas narrações da "fracção do pão", presentes nos Atos dos Apóstolos, nem na celebração da Ceia do Senhor mencionado em 1 Coríntios 11,20, mas ao longo dos séculos as suas funções tornam-se predominantemente ou exclusivamente sagrada. O diácono é um colaborador da liturgia. O diaconato é um grau do sacramento da Ordem, podem tocar e manusear as coisas sagradas, exceto, naturalmente, repetir a fórmula da consagração. Esta é a função dos diáconos na época de São Francisco. As fontes apontam dois casos nos quais Francisco exerce o ofício de diácono: na véspera de Natal em Greccio (F. fran.469-70) e no capítulo de 1217, em que o celebrante foi o cardeal Ugolino enquanto "o homem de Deus cantava o Evangelho" (Três Companheiros: F. fran.1474).
O diácono não é um dignitário, mas é sempre um clérigo que goza de uma certa reputação surpreende que Francisco, que sempre recusou qualquer promoção, incluindo o sacerdócio, pode ter aceite a ordem de clérigos. Mas essa contradição é apenas aparente. Para ele, o diaconato é apenas um bypass, a condição indispensável para proclamar o Evangelho de modo imperturbável. Francisco era um diácono em algumas vezes lia ou cantava o Evangelho na missa, mas Francisco era diácono porque desde o momento da conversão, era um arauto de Jesus Cristo verdadeiro diácono da humanidade.
Deus me ajude a viver como irmão menor a minha nova missão na Igreja a favor dos pobres meus irmãos.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

João, o percursor!

Uma das figuras de grande importância durante o tempo de Advento, tempo de espera e de esperança, é sem dúvida João Baptista, o mensageiro, o percursor, aquele que deve preparar a via ao Senhor. João é sem dúvida um homem de grande estatura espiritual. Um homem que nasce entre milagres e morre por causa de um estúpido jogo de um velho rei e de uma rapariga bela e perversa. 
João Baptista não é, porém, uma figura autónoma mas é uma figura que está em relação total com Cristo. Na Bíblia não existem, em geral, figuras autónomas. Não existem figuras cujo significado seja independente de Cristo. Esta regra geral que vale por todas as figuras da Bíblia, vale, de maneira particular, para João Baptista: ele veio somente para reflectir a luz que é Cristo.
Na sua posição totalmente dependente, verdadeiro homem e pecador, vindo somente para servir, ele é ao mesmo tempo a recapitulação de tudo aquilo que aconteceu como promessa de Deus antes dele no Antigo Testamento e o compêndio de tudo aquilo que depois dele acontecerá nas figuras dos apóstolos e dos evangelistas. João é ao mesmo tempo profeta e apóstolo e, é exactamente como profeta e apostolo que está em relação a Jesus Cristo.     

sábado, 4 de dezembro de 2010

II Domingo de Advento!



João Baptista é, em cada ano, uma grande figura deste tempo do Advento. Falamos bastante dele, mas será que o conhecemos bem? Na preparação da liturgia, pode-se comunicar melhor como João Baptista tem um verdadeiro lugar de charneira entre o Antigo e o Novo Testamento. Pode ser uma maneira de sublinhar nas celebrações destes domingos a iminência da vinda de Cristo, a iminência do Reino. As admonições e algumas intenções da oração dos fiéis podem ser redigidas nesse sentido. Ou ainda, porque não viver de perto esta celebração com João Baptista? Ele pode ser mencionado no início do rito penitencial, no início do credo, no início do “Cordeiro de Deus” (foi João Baptista que assim designou Jesus).Aos homens à procura de um coração novo, Deus dá uma terra nova. Jesus veio para falar de novidade: “Convertei-vos! Acreditai na Boa Nova!” Temos necessidade de ouvir palavras novas (ternura, amor, perdão, solidariedade, respeito...) que façam calar as palavras antigas (violência, ódio, vingança, indiferença, racismo...). Temos necessidade de ver gestos novos (assinatura de paz, reconciliação, dom, partilha...) que façam desaparecer os gestos antigos (declaração de guerra, rancor, crispação, egoísmo...). Preparar-se para o Natal... não será dispor-se a falar uma linguagem nova e a fazer actos novos? Isso será a nossa maneira de acolher Aquele que vem fazer todas as coisas novas. Mas não as fará sem nós.
(www.dehonianos.org)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Recebei de graça, dai de graça!

Possuir
“Buscai o bem e não o mal, para que vivais, e o Senhor, Deus do universo, estará convosco, como vós dizeis. Detestai o mal, amai o bem, fazei reinar a justiça no tribunal. Talvez, então, o Senhor, Deus do universo, tenha compaixão do resto de José” (Amós 5, 14-15)
Para a Bíblia os bens são expressões da benção divina. Tudo aquilo que existe está sob a benção de Deus: bem-dizer é querer o bem do homem. O povo de Israel, qual destinatário  da Terra Prometida, deve compreender que a Terra é um dom de Deus que deve ser possuída na justiça (não com violência e poder) e na fidelidade ao doador. 
Mas porque, sempre para a Bíblia, o homem é por sua vez chamado a imitar a bondade  divina tornando-se benção para o outro homem, nasce a responsabilidade de uma equa distribuição das riquezas e de um justo uso dos bens. Em síntese, a riqueza é uma benção se é usada para a necessidade do outro, enquanto se transforma em maldição se foge à ordem da justiça, se fecha nos confins egoistícos do eu. 
Por isso os profetas muitas vezes no Antigo Testamento condenam os ricos e defendem os pobres. Nas suas riquezas vêem a causa das injustiças para com os pobres e frágeis porque a fidelidade à aliança com Deus exige o respeito do direito e o exercício da justiça. 
Acumular 
Não acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os corroem e os ladrões arrombam os muros, a fim de os roubar” (Mateus 6, 19-21)
O que pensa Jesus sobre o dinheiro, sobre a riqueza? Como se devemos comportar em relação aos bens deste mundo? O dinheiro não é em si mesmo nem um bem nem um mal, é um instrumento em que em relação ao seu poder sedutor devemos estar atentos porque se transforma facilmente num ídolo ao qual sacrificamos nós mesmos e os outros. Ocorre escolher: qual divindade queremos servir? Deus ou o dinheiro? 
Jesus chama a nossa atenção mostrando-nos quanto é perigoso e enganador colocar no dinheiro a nossa própria esperança. Muitas vezes os homens acreditam ilusoriamente que encontram, acumulando riquezas, liberdade e segurança enquanto na verdade se limitam a viver inquietudes e preocupações. Uma autêntica escravidão! 
Não é certamente um mal viver do fruto do próprio trabalho, pelo contrário, é um dever, diria São Paulo: “quem non quer trabalhar ……...” (2Ts 3, 10). O ensinamento de Jesus consiste em pontualizar o uso do dinheiro e dos bens em geral. Um uso justo, livre de uma excessiva preocupação para o amanhã, ao serviço do bem-estar pessoal e de todos, tendo presente que aquilo que é central para o discípulo é ante de tido Deus e a vinda do seu Reino. 
Partilhar
A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma. Ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas entre eles tudo era comum. Entre eles não havia ninguém necessitado, pois todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas, traziam o produto da venda” (Actos 4, 32.34)
Já no grupo dos discípulos existia uma caixa comum destinada seja às necessidades da comunidade seja aos pobres. 
O modo de gestir os bens narrado por Lucas nos Atos dos Apóstolos indica prática do ensinamento de Jesus da parte da primeira comunidade cristã. 
Não podemos privar-nos dos bens e do uso do dinheiro e, portanto, não é possível não consumir senão se ruína toda a sociedade. Todavia o pensamento de Jesus acerca disto é claro: os bens permanecem um bem quando nos compromete para que sejam justamente distribuído e destinados a todos. Uma voz, a sua, que se escutada podia transformar o mundo e os destinos de muitos, crentes e não crentes.   

Atualidade

O carinho do Papa Francisco que irrita muitos padres

É uma coisa maravilhosa mas, por exemplo, também João Paulo II foi à cadeia encontrar o seu assassino Ali Agca. Mas desta vez, aposto, ...

Aqui escreves TU