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A mostrar mensagens de julho, 2010

Enriquecer-se junto de Deus!

Ninguém pode decidir no lugar de um outro. O próprio Jesus respeita a liberdade do homem, mas veio propor-lhe balizas para marcar o caminho sobre o qual tem escolhas a fazer. Põe-lo de sobreaviso em relação às riquezas materiais que podem paralisar ou cegar. De facto, aquele que tem as mãos crispadas sobre os seus bens está impedido de partilhar, de fazer um gesto para com aquele que tem necessidade. E depois, o seu horizonte está fechado por todas as suas riquezas que o impedem de ver o irmão, e de se ver a si próprio na luz de Deus. Quando nos deixamos olhar por Deus, permitimos-Lhe olhar onde estão as nossas verdadeiras riquezas; a oração ajuda-nos, então, a reconhecê-las para as desenvolver. (www.dehonianos.org)

Preocupados com muitas coisas!

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Hoje (29 de Julho) a Igreja celebra a memória de Santa Marta, amiga de Jesus e irmã de Maria e Lázaro.  É a máxima sabedoria saber viver a vida como um desígnio de amor, como um entrelaçar de momentos que nos são doados, como uma trama de eventos que a fé nos educa a ler como manifestação e presença de Deus que habita a nossa vida ordinária e ferial.  É um triste espectáculo assistir o frenesin do homem moderno, incapaz de gestir o próprio tempo, absorvido pela sua pressa e ao fim sempre mais pobre de tempo para escutar a Deus e a si mesmo, sempre menos preparado  diante da vida que desconcerta com os seus imprevistos, diante da morte que despedaça toda a ilusão de ter entre as mãos os nossos dias.  O orante bíblico sabia dizer a Deus: "nas tuas mãos está o meu destino" (Salmo 31) e a Liturgia, colocando nos nossos lábios estas palavras do salmista, nos educa a esta consciência que tranquiliza toda a ânsia diante do tempo e nos recorda que habitar este tempo é colocar-se à

Quando Vos invoquei, me respondestes!

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O salmo ( 137 ) que cantamos este Domingo (XVII Tempo Comum, ano C) depois da primeira leitura faz-nos dizer: "Quando Vos invoquei, me respondestes". O Deus que nos é revelado na Biblia é disposto a escutar os nossos pedidos, compreende o nosso modo de invocar-lo, se faz próximo de quem se dirige a Ele com fé.  Invocar-lo significa aceitar a nossa dependência a Ele e, portanto, exige a humildade. A audácia de Abraão ou a do amigo insistente do Evangelho são, neste sentido, a súplica do humilde: "não passo de pó e cinza".  Fé e humildade se fundam no reconhecer que Deus é Pai e o é mais do que todos os pais. A oração nos introduz no seu imenso amor: "Anulou o documento da nossa dívida, com as suas disposições contra nós", a Ele portanto, podemos aproximarmo-nos  certos de que nos acolherá.  Não pretendamos que Ele multiplique os milagres do pão mas que nos faça nós mesmos pães saborosos, pessoas que crescem na experiência do seu amor.  De todo o co

Ensina-nos a rezar!

Nós não pedimos a mesma coisa a um pai, a um filho, a um amigo, a um vizinho, ao chefe da empresa. A oração dirige-se a Deus que chamamos “Pai” (“Abba” em arameu, palavra cuja melhor tradução seria “Paizinho querido”). Não se trata de pedir qualquer coisa sem mais ao nosso Pai. Jesus indica-nos os objectos do nosso pedido. Primeiro, que Deus seja reconhecido como Deus e que o seu projecto de amor sobre o mundo seja posto em acção. Em seguida, pedimos-lhe aquilo que é vital para nós: o alimento para viver, o perdão para amar, a liberdade para permanecer de pé. Eis os pedidos essenciais. Então, não hesitemos em insistir de todos os modos: se Lhe pedimos isso, Ele não pode ficar surdo. (www.dehonianos.org)

O Semeador saiu a semear!

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A liturgia de hoje propõe-nos a belissima parabola do Semeador. (Mt 13,1-23) O Semeador tendo a aljava cheia de boas sementes sabe que nao pode conserva-las egoisticamente para si, mas que deve espalhà-la com generosidade, porque somente morrendo a semente gera vida nova, somente morrendo a semente cumpre a sua missão. O Semeador consciente da sua missao espalha sementes ao vento em todas as direçoes, nao compete a ele escolher o terreno e, enquanto Sementes houver, terà que percorrer caminhos a semeà-las. É exactamente isto que recorda a Biblia: "Semeia a tua semente desde a manhã, e não deixes tuas mãos ociosas até a noite. Porque não sabes o que terá bom êxito, se isto ou aquilo, ou se ambas as coisas são igualmente úteis". (Eclesiates 11,6). O Semeador sem se cansar, semeou em jardins espinhosos, em terra arida e infertil, semeou à beira da estrada, ainda que conhecendo os riscos desta sementeira. O Semeador não desistiu, nao pode desistir! A força da semente o impuls

Uma só coisa é importante!

Amar o próximo para converter si mesmo!

O doutor da Lei compreendeu tudo. Para ele, o próximo é o que se aproxima do seu irmão, e que tem bondade para com ele. A diferença entre o sacerdote e o levita, e o samaritano, é que os dois primeiros contentam-se em ver e passar ao lado, sem dúvida para não se sujarem ao tocar o sangue, enquanto o terceiro aproxima-se, vê e enche-se de compaixão. O sacerdote e o levita conhecem a Lei, conhecem o duplo mandamento do amor: passando ao lado do caminho, respeitam a Lei que proíbe tocar no sangue... Eles sabem. Ora, é o samaritano que talvez não saiba a Lei, mas faz prova de bondade, é ele que põe em prática a Lei de Deus. Então, é o samaritano que terá a vida, como promete Jesus, na medida em que faz o que Deus quer, mesmo se ele não sabe. E Jesus, o Mestre, do mesmo modo que convida o doutor da Lei, convida também este a fazer o mesmo, para ter a Vida, observando verdadeiramente a Lei divina. (www.dehonianos.org)

As palavras: Um texto clássico de Saramago. As palavras e o silêncio.

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As palavras são boas. As palavras são más. As palavras ofendem. As palavras pedem desculpas. As palavras queimam. As palavras acariciam. As palavras são dadas, trocadas, oferecidas, vendidas e inventadas. As palavras estão ausentes. Algumas palavras sugam-nos, não nos largam... As palavras aconselham, sugerem, insinuam, ordenam, impõem, segregam, eliminam. São melífluas ou azedas. O mundo gira sobre palavras lubrificadas com óleo de paciência. Os cérebros estão cheios de palavras que vivem em boa paz com as suas contrárias e inimigas. Por isso as pessoas fazem o contrário do que pensam, julgando pensar o que fazem. Há muitas palavras. E há os discursos, que são palavras encostadas umas às outras, em equilíbrio instável graças a uma precária sintaxe, até ao prego final do disse ou tenho dito. Com discursos se comemora, se inaugura, se abrem e fecham sessões, se lançam cortinas de fumo ou dispõem bambinelas de veludo. São brindes, orações, palestras e conferências. Pelos discursos se

A tua Messe Senhor é grande!

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“A messe é grande”. Eu porém pensava que os campos da vida fossem áridos e os tempos maus. Eu dizia: há muita terra para arar e que faz fatigar muito; para recolher, ao fim, basta qualquer um. É necessário demasiado suor para misturar com a semente, uma rede a lançar toda a noite, e talvez não apanhar nada, como Pedro no lago. No entanto Jesus nos surpreende: “a recolha é abundante”. E nos faz compreender que o campo é seu, que é Ele que lança a semente e é Ele que faz crescer o mundo. A recolha é tanto porque o terreno é bom; a história caminha positivamente em direcção a um verão perfumado de frutos e não em direcção de um deserto sanguinoso. Quando existe alguém que olha e vê que o Mundo é ainda uma coisa boa, como ao início. Este alguém tem fé ainda na bondade do homem e inclusive na minha. Todo o coração é um terreno semeado com germes divinos: passa um mistério entre o coração de cada um e Deus. Neste mistério, eu, “recolhedor” e pastor não intervenho, mas admiro e agradeço.

A messe é grande!!