O teu Rosto Senhor eu procuro!

Se por absurda hipótese Deus quisesse inscrever-se no Facebook, Hi5 ou Orkut, para poder ser nosso “amigo” qual seria a foto que colocaria no seu perfil?
Se entrarmos nestas “redes sociais”, que vai muito de moda hoje em dia, encontrámos milhares de grupos que trazem o nome de Deus (por amor ou por desprezo). Cada um traz uma imagem ou um símbolo que acredita falar de Deus. Interessante é que encontrei um perfil que não encontrou melhor solução para a foto do perfil que uma moldura vazia.
De todas as imagens de Deus que a arte soube exprimir o vazio é seguramente a formula mais ambígua de todas. Se de um lado mostra a grande insuficiência da criatura em exprimir o divino., do outro lado pode dar origem a um sentido de impossibilidade de relacionar-se com Deus. O inacessível pode tornar-se o inexistente.
Mas Deus tem ou não um rosto? Procurar o Rosto de Deus é o grande desejo do homem. De facto, o homem é um ser aberto ao infinito e a necessidade do absoluto faz parte da sua estrutura. A procura do rosto de Deus, porém, pode assumir contornos ambiguos, vagos e confusos. Pode conduzir não à descoberta do verdadeiro Rosto de Deus mas a uma caricatura. Onde encontrar então o Rosto de Deus? Um rosto que não seja projecção dos rostos humanos.
“A Deus jamais ninguém o viu. O Filho unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer”. O Deus “escondido” assumiu um Rosto de carne, um Rosto humano: Jesus Cristo. Ele retirou, por assim dizer, a máscara do Rosto de Deus e tornou acessível ao homem a sua absoluta verdade, bondade e beleza. Em Cristo, Deus é um Tu com quem podemos entrar em relação de amizade e de comunhão.
A encarnação, porém, baralhou as categorias habituais com que os homens pensavam o divino. De facto, Deus entrou em comunicação com os homens abaixando si mesmo, entrando humildemente na história com a vida de Jesus de Nazaré que culmina com o evento “escandaloso da cruz”.
Proprio essa morte, na sua desconcertante brutalidade, manifestou uma imagem de Deus absolutamente inédita, inconcebível para a mentalidade religiosa do tempo e, talvez, ainda hoje. Sobre a Cruz Deus se revela como Aquele que é capaz de morrer para que o homem possa viver.
Senhor, eu procuro a Vossa Face! Não me afasteis para longe dela por causa dos meus pecados; não desvieis de mim o Vosso Santo Espírito.                          

Frei Gilson Frede (http://poco-da-palavra.blogspot.com)

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