A tua Messe Senhor é grande!

“A messe é grande”. Eu porém pensava que os campos da vida fossem áridos e os tempos maus. Eu dizia: há muita terra para arar e que faz fatigar muito; para recolher, ao fim, basta qualquer um. É necessário demasiado suor para misturar com a semente, uma rede a lançar toda a noite, e talvez não apanhar nada, como Pedro no lago.
No entanto Jesus nos surpreende: “a recolha é abundante”. E nos faz compreender que o campo é seu, que é Ele que lança a semente e é Ele que faz crescer o mundo.
A recolha é tanto porque o terreno é bom; a história caminha positivamente em direcção a um verão perfumado de frutos e não em direcção de um deserto sanguinoso.
Quando existe alguém que olha e vê que o Mundo é ainda uma coisa boa, como ao início. Este alguém tem fé ainda na bondade do homem e inclusive na minha.
Todo o coração é um terreno semeado com germes divinos: passa um mistério entre o coração de cada um e Deus. Neste mistério, eu, “recolhedor” e pastor não intervenho, mas admiro e agradeço. O “recolhedor” procura o Senhor, porque o trabalho mais cansativo o fez já um outro, Aquele que ainda sai a semear sobre pedregulhos e entre espinhos, nas estradas e em terreno bom com mãos cheias, com coração cheio.
Mas quem recolherá os frutos da paz, da justiça, da alegria? São os discípulos enviados dois a dois. Também tu (como também eu) és chamado a acrescentar o teu nome no elenco dos 72 enviados. És o 73º discípulo. Também tu podes escrever hoje o teu evangelho. Recebeste a mesma missão dos doze: “anunciar que o Reino de Deus está próximo”.
A dúplice missão do enviado é: existir para Deus, para curar a vida. Ou ao menos cuidarmos, se curar não podemos, de rebanhos e de messes, de dores e de asas, de um mundo bárbaro e estupendo.
Frei Gilson Frede

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